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"O Topo da Montanha" retorna aos palcos do Rio de Janeiro e celebra quatro anos de sucesso

Após arrebatar mais de 300 mil pessoas, a peça com Lázaro Ramos e Taís Araújo reestreia no Oi Casa Grande

Por Jonas Feliciano em 16/08/2019 às 12:24:43

Imagem: Juliana Hilal

Em uma curta temporada no Oi Casa Grande, entre os dias 16 a 25 de agosto, a peça "O Topo da Montanha", com Lázaro Ramos e Taís Araújo continua sua carreira de sucesso. O espetáculo já foi visto por cerca de 300 mil espectadores e recebeu uma indicação ao Prêmio Shell, de melhor atriz.

Após arrebatar mais de 300 mil pessoas, a peça com Lázaro Ramos e Taís Araújo reestreia no Em uma curta temporada no Oi Casa Grande, entre os dias 16 a 25 de agosto, a peça "O Topo da Montanha", com Lázaro Ramos e Taís Araújo continua sua carreira de sucesso. O espetáculo já foi visto por cerca de 300 mil espectadores e recebeu uma indicação ao Prêmio Shell, de melhor atriz,.

Desde sua estreia em São Paulo, em 2015, percorreu 11 estados brasileiros e visitou 15 cidades, sempre com sessões esgotadas. No Rio, a história é especial: essa é a quarta vez que a montagem ganha apresentações na cidade natal de Taís e de coração de Lázaro.

A encenação que conquistou tantos espectadores relembra que há mais de cinquenta anos, no dia 4 de abril de 1968, o mundo se despedia de Martin Luther King Jr, o pastor protestante e ativista político que se tornou ícone por sua luta pelo amor ao próximo e pelo repúdio à segregação racial norte-americana.

Vale lembrar que somente entre 1883 e 1959, cerca de cinco mil negros foram linchados nos estados do Sul do país. Neste momento histórico, a jovem dramaturga Katori Hall desconstrói Luther King na ficção.

O Topo da Montanha faz alusão ao último grande discurso do pastor, o "I’ve Been to the Mountaintop". Em Memphis, na Igreja de Mason, no dia 3 de abril de 1968, Luther King acabara de realizar seu último sermão. É exatamente neste cenário, um dia antes de seu assassinato, cometido na sacada do Hotel Lorraine, do quarto 306, que Martin Luther King, interpretado por Lázaro Ramos, conhece Camae, encenada por Taís Araújo, a misteriosa e bela camareira em seu primeiro dia de trabalho no estabelecimento.

Repleta de segredos, ela confronta o líder em clima de suspense e simultaneamente debochado. Deste modo, em perfeito jogo de provocações, Camae faz o reverendo se lembrar que, como todos, é humano. Por meio do humor e da emoção, faz rir e pensar com retórica atual, seja para americanos ou brasileiros.

A narrativa faz todo o sentido, mesmo quando comparada à situação política daqueles tempos. Para citar uma frase do espetáculo: “parem a guerra do Vietnã e comecem a lutar contra a pobreza”, vista sob a ótica do presente, ela ainda parece possível de ser proferida e ressalta as características de um líder que “teve a força de amar aqueles que jamais puderam o amar de volta”.

“Este texto me perseguiu como ator por dois anos, por meio de pessoas que diziam que tinha de fazê-lo no Brasil. E é contemporâneo porque é uma história também sobre enfrentar medos. Sobre os trilhos da coragem e do afeto”, resumiu Lázaro.

Segundo Taís, o casal também ficou receoso sobre a reação do público.

“Tínhamos muito receio de que o texto fosse americano demais e não tocasse as pessoas. Mas o tempo e uma boa tradução nos convenceram que as questões do amor e da igualdade são relevantes e próximas a todos nós”, complementou.

A boa tradução para o português citada por Taís é de Silvio José Albuquerque e Silva, responsável por dar vida a temas universais e ainda envolventes.

“Hall revela um líder ao mesmo tempo radical e pragmático, profético e imprevidente, sonhador, sedutor, frágil e, sobretudo, humano”, explicou Silvio.

Taís e Lázaro

Imagem: Juliana Hilal

Também produtores da versão brasileira, Lázaro Ramos e Taís Araújo continuam a trajetória de sucesso ascendente da montagem. Foi um amigo do casal quem assistiu o espetáculo em Manhatan e mencionou sobre a peçs a Lázaro Ramos.


Mais tarde, o diretor João Falcão apresentou ao ator o texto original, em inglês, e se dispoôs a dirigi-lo. Feita uma primeira tradução, a conclusão da dupla Taís e Lázaro parecia irrevogável: o script era distante da realidade brasileira e demasiado americano, portanto não envolveria ninguém do lado de baixo da linha do Equador.

O tempo passou e Lázaro Ramos entrevistaria Joaquim Barbosa. Seu chefe de gabinete, Silvio Albuquerque, admirador e conhecedor de Martin Luther King, entregou uma nova tradução a ele. Inicialmente, ela foi deixada de lado até que Taís a lesse.

“A nova tradução era muito boa e ora eu ri, ora me emocionei. Finalmente fazia sentido e tive a convicção de que era viável para o Brasil. Insisti para que Lázaro a revisse e, mais tarde, com a impossibilidade do João Falcão dirigir, pressionei para que ele a assumisse”, relembrou Taís.

Lázaro Ramos também não se sentia a vontade para também assumir a direção do espetáculo.

“Dirigir não estava em meus planos, principalmente porque conciliar a direção com a atuação era algo que eu sempre disse que não faria. Taís, minha grande parceira de cena e de vida, me convenceu a encontrar e acreditar na força de Martin Luther King”, disse Lázaro.

A carioca Taís Araújo está na sua décima peça teatral como atriz e na terceira como produtora. Já esteve no elenco de Orfeu da Conceição; Personalíssima; Gimba; Liberdade para as Borboletas; Solidores; O Método Grönholm; Amores, Perdas e Meus Vestidos; Disse que Disse e Caixa de Areia.

Já o soteropolitano Lázaro realizou mais de 20 espetáculos com o Bando de Teatro Olodum de 1994 a 2002, entre eles; Sonhos de Uma Noite de Verão, Ó Pai Ó e Ópera dos 3 Vinténs. Após sair de Salvador, destaque para A Máquina; Mamãe Não Pode Saber e o Método Grönholm, além de ter dirigido e escrito os infantis As Paparutas; A Menina Edith e a Velha Sentada, bem como esteve à frente da direção dos adultos Campos de Batalha e Namíbia, Não e da codireção de O Jornal, entre outros.

O Topo da Montanha fica em cartaz, entre os dias 16 e 25 de agosto, no Teatro Oi Casagrande, localizado na Av. Afrânio de Melo Franco, 290, no bairro do Leblon. As apresentações acontecem nas sextas, às 21h, sábado às 20h e domingo às 18h. Os ingressos custam R$110 (sextas) e R$ 120 (sábados e domingos). Para maiores informações ligue (21) 2511 0800.

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