O mês de setembro marca o aniversário de emancipação política de São Gonçalo, contudo, a população não tem muitos motivos para comemorar. Quem vive na cidade sofre com a falta de pavimentação e infraestrutura em diversas vias importantes apesar de a Prefeitura possuir uma Usina do Asfalto com quase cem funcionários especializados no serviço de pavimentação e manutenção de vias, com uma folha salarial de cerca de R$ 200 mil por mês.
Inaugurada em abril de 2011, a usina localizada no bairro da Água Mineral tem capacidade de produzir 80 toneladas de massa asfáltica por hora, podendo chegar até 600 toneladas por dia. Capacidade que garante os serviços de pavimentação e tapa-buracos necessários para a cidade, mas, de acordo com a prefeitura, não está sendo utilizada no momento. A paralisação se deve a dívidas deixadas por gestões anteriores com as empresas que fornecem os insumos de asfalto. O governo José Luiz Nanci realizou seis licitações para tentar reativar a produção, mas todas fracassaram.
Enquanto a usina segue com o funcionamento paralisado, a população sofre com o descaso em relação á infraestrutura na cidade. Este é o caso da Rua Laureano Rosa, no centro comercial do Alcântara, onde os motoristas são obrigados a desviar de um enorme buraco. “Quem vem do Centro para o Alcântara é obrigado a passar por essa vergonha. Tem meses que isso está assim e ninguém toma uma providência”, reclamou o comerciante Antônio Cláudio Monteiro, de 42 anos.
O panorama é o mesmo na Avenida Domingos Damasceno Duarte, uma das principais vias da Trindade, onde existem buracos de grandes proporções em toda sua extensão. “Essa via é de mão dupla, mas os carros tem que passar pela contramão por conta do buraco. Qualquer dia esse descaso vai causar um acidente”, disse aposentada Vânia Teixeira, de 67 anos, moradora do local.
Também a via que liga o Pacheco à Santa Isabel se encontra em péssimo estado de conservação. A professora Patrícia Duarte, de 38 anos, diz que tem diversos trechos em que também é preciso passar pela contramão, pois o calçamento praticamente já não existe. “Isso está trazendo risco aos moradores e motoristas, podendo causar um acidente. Aqui não se consegue andar mais de cem metros sem passar a roda dentro de algum buraco. Andar nos ônibus também é uma agonia, balança tudo”, afirmou.
Além de prejuízos aos automóveis e o desconforto na viagem, a falta de manutenção prejudica também a segurança de motoristas e passageiros. Isso porque um dos acessos entre a RJ-104 e a BR-101, a Estrada de Guaxindiba, também tem sérios problemas de manutenção. Motoristas que usam a via diariamente afirmam que precisam fazer um verdadeiro zigue-zague para evitar os buracos. “O local já não é seguro e a gente ainda é obrigado a passar devagar por conta dos buracos, prejudicamos o nosso carro e colocamos a segurança em risco”, pontuou Gabriel Loureiro, morador do Vista Alegre.
Ainda na mesma região, no bairro do Laranjal, as quatro principais vias do bairro sofrem com a falta de infraestrutura. A Avenida Cardeal Sebastião Leme e a Avenida Cardeal Arco Verde, ambas que ligam o bairro ao bairro da Lagoinha, e ruas Jaraguá e Aristides Lima, que cortam todo o bairro estão sem manutenção e por onde passa os ônibus que atendem a população estão quase intransitáveis.
Os problemas de infraestrutura em vias ainda afetam moradores do Luiz Caçador, Vista Alegre, Amendoeira, Bichinho, dentre outras localidades.
Em nota, a prefeitura informou que está estudando meios de natureza técnica, com suporte da Procuradoria, para solucionar o problema. Ainda segunda a prefeitura, todas as vias citadas serão adicionadas ao cronograma de obras da Secretaria de Desenvolvimento Urbano para que sejam atendidas assim que os problemas sejam solucionados, porém não foram divulgados prazos ou previsões.