Imagem: Raphael Feitoza
Existe uma parcela da popolução que sofre com um medo exacerbado e que pode provocar até sintomas físicos. Muitas vezes, esse sentimento atrapalha o dia a dia dessas pessoas. No entanto, é possível que em um espaço seguro, controlado e com o acompanhamento de um profissional e sem riscos físicos isso possa ser trabalhado. Quem sofre de transtornos da ansiedade, como as fobias, pode se beneficiar, e muito, de uma experiência desenvolvida inicialmente para o entretenimento: a realidade virtual (RV).
Vale destacar que a primeira utilização da tecnologia para esses fins foi em 1997, quando pesquisadores do Instituto de Tecnologia do estado da Geórgia, nos Estados Unidos, realizaram um estudo com dez veteranos de guerra traumatizados que não haviam sido beneficiados pelas terapias convencionais. O programa, chamado Vietnã Virtual, expunha os ex-soldados a situações realistas que eles haviam vivenciado décadas antes, na guerra contra o país asiático.
Com o headset de RV na cabeça, eles voltavam às selvas vietnamitas ou à cabine de um Huey, o célebre helicóptero dos marines utilizado nesse conflito. Enquanto o terapeuta manipulava o software, intensificando, por exemplo, os sons de batalha, os pacientes narravam seus traumas. Para quem nunca passou por essa experiência real, a sensação é de estar em um jogo, mas, para eles, ia muito além do virtual.
O tratamento durou um mês. No final, todos os voluntários demonstraram melhora no quadro. A partir daí, foram iniciados mais testes, com um número maior de participantes, tratados nos mais diversos cenários e simulando situações distintas.
Pioneira no tratamento de fobias com RV no Rio de Janeiro, a psicóloga Marihá Lopes utiliza a tecnologia há um ano e meio com os seus pacientes, tanto em seu consultório, localizado no bairro da Tijuca, como em outros estados. Ela destaca a importância da ferramenta, mas ressalta que o seu papel é complementar e precisa ser feito com acompanhamento adequado.