O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, foi nomeado, nesta quarta (25), pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e a publicação de sua nomeação saiu em edição extra do Diário Oficial da União. Augusto Aras, que havia sido escolhido pelo presidente da República, aguardava aprovação do Senado e estava fora da lista tríplice encaminhada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
O procurador passou por uma sabatina nesta manhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e foi aprovado por 68 a 10 na votação realizada no plenário do Senado Federal.
Durante a sabatina na CCJ, o novo procurador foi questionado sobre sua posição a respeito da Operação Lava Jato, ao que considerou ter sido um "marco" para o país.
"A Lava Jato é um marco, traz boas referências. Mas é preciso que nós percebamos que toda experiência nova traz dificuldades. Sempre apontei os excessos, mas sempre defendi a Lava Jato. A Lava Jato é resultado de experiências anteriores. Esse conjunto de experiências gerou um novo modelo, passível de correções", disse Augusto Aras.
Alguns senadores questionaram também o procurador pelo fato de não ter sido indicado na lista tríplice encaminhada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e ser uma escolha pessoal do presidente da República. Augusto Aras respondeu que, apesar da indicação, não haverá “submissão a nenhum poder”.
“Não há alinhamento no sentido de submissão a nenhum dos Poderes, mas há evidentemente o respeito que deve reger as relações entre os Poderes e suas instituições. Eu asseguro a Vossas Excelências que não faltará independência a esse modesto indicado", afirmou o procurador.
Perfil do novo procurador
O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, tem 60 anos, é graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador (1981), mestre em Direito Econômico pela Universidade Federal da Bahia (2000) e possui doutorado em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005). Aras é professor da Universidade de Brasília, está no Ministério Público Federal desde 1987 e atuou como advogado. Na gestão de Raquel Dodge, era subprocurador-geral da República.