A Polícia Federal divulgou na tarde, desta quarta (02), que apreendeu durante a Operação Armadeira mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo em imóveis de auditores da Receita Federal. A operação foi realizada para prender auditores fiscais suspeitos de participar de um grande esquema de extorsão que envolvia a não cobrança de multas e nem abertura de processos tributários. Segundo a PF, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 41 mandados de busca e apreendido o montante de R$ 1.109.130,00, US$ 26,9 mil e 3,9 mil euros em espécie. Na casa de Marco Aurélio Canal, líder da quadrilha, os agentes encontraram R$ 200 mil e documentos que serão avaliados pelos investigadores. O fiscal que foi preso durante a operação teria recebido só do ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), Lelis Teixeira, aproximadamente R$ 4 milhões, para que uma multa não fosse cobrada.
Já Marcial Pereira de Souza, outro auditor preso, teria conseguido de Ricardo Siqueira Rodrigues, réu na operação Lava Jato, 500 mil euros em propina para evitar uma fiscalização.
Marco Canal, que era o supervisor especial de programação da Receita, tinha acesso a informações privilegiadas de empresários e delatores da operação Lava Jato e aproveitava os dados para extorquir propina.
A defesa de Marco Aurélio Canal emitiu uma nota dizendo que "se trata de mais uma prisão ilegal praticada no âmbito da denominada operação Lava Jato, eis que de viés exclusivamente político, atribuindo a Marco Canal responsabilidades e condutas estranhas à sua atribuição funcional e pautada exclusivamente em supostas informações obtidas através de 'ouvi dizer' de delatores".