Um grupo de deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) apresentou, nessa quinta (10), um pedido para abertura de uma CPI que investigue as obras de construção da Linha 4 do Metrô. Os parlamentares pretendem investigar a concessão dada à concessionária Metrô Rio e os contratos realizados com as empreiteiras para a construção do ramal da linha 4 e das estações Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Nossa Senhora da Paz e Jardim de Alah. O documento contou com o apoio de 36 deputados para a abertura do procedimento. O deputado Chicão Bulhões (Novo) argumenta que é necessário a CPI investigar ilicitudes que hoje atrapalham o término da construção da ligação entre Leblon e Gávea da linha 4 da Estação Gávea.
" A Comissão Parlamentar de Inquérito terá por objeto apurar eventuais ilicitudes e/ou nos trâmites da concessão da Linha 4 do Metrô do Rio, notadamente as que tenham vindo dar causa à paralisação das obras necessárias à conclusão da Estação Gávea", disse o deputado no documento.
O presidente da Casa, André Ceciliano (PT), receberá o documento em nome da Mesa Diretora e decidirá pela abertura ou não da comissão a ser publicado no Diário Oficial do Estado.
Linha 4 possui índice de superfaturamento
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta, no relatório preliminar elaborado em 2018 pelos conselheiros, que a obra da Linha 4 teve um superfaturamento de R$ 3 bilhões. A obra está embargada desde 2015, quando o estado passou por uma crise financeira. O governador Wilson Witzel chegou a anunciar o aterramento do canteiro após a equipe da Rio Trilhos apontar o gasto de aproximadamente R$ 1 bilhão para a conclusão da obra. Os procuradores do Ministério Público (MPERJ) chegaram a solicitar ao TCE que uma nova licitação fosse feita para conclusão da linha, porém o pedido foi negado. Após moradores da Gávea e parlamentares reclamarem da decisão, o governador voltou atrás e prometeu usar o dinheiro recuperado pela Operação Lava Jato para terminar a obra. Segundo um levantamento feito pelo MPERJ, a obra teve um gasto total de aproximadamente R$ 10 bilhões.