Tragédia ambiental completa um mês: quem contaminou o Sistema Imuna-Laranjal?

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Por Portal Eu, Rio! em 04/05/2024

Completou, na última sexta-feira (03), um mês da tragédia ambiental no Sistema Imunana-Laranjal, que abastece os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Ilha de Paquetá e Rio de Janeiro. Até o momento, as autoridades governamentais, de proteção ao meio ambiente e a Polícia Civil ainda não descobriram quem foi o responsável pelo vazamento da substância química tolueno no manancial, que teve a captação de água interrompida pela Cedae no dia 3 de abril, após serem detectadas altas concentrações desse poluente no sistema hídrico. O tolueno, se ingerido ou inalado a partir de uma determinada quantidade, pode causar problemas de saúde.

Cerca de dois milhões de moradores dos municípios abastecidos ficaram cinco dias sem água por causa do vazamento. A Polícia Civil realizou na semana em que ocorreu o crime ambiental uma operação batizada de Águas Limpas, para identificar o foco do vazamento químico. Das 16 empresas alvo da fiscalização, 14 ficam no antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj, no município de Ítaboraí. Os responsáveis por seis empresas chegaram a prestar depoimento na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. Na ação, foram apreendidos produtos químicos em depósitos de empresas e documentos para averiguar a aquisição de tolueno pelas companhias. Uma das industrias fiscalizadas trabalha com a produção de tintas; outra tem autorização para transportar tolueno.

O tolueno ou metilbenzeno tem forma líquida, incolor e o seu odor é forte e característico. No Brasil, a substância ficou conhecida como cola de sapateiro. O composto químico está presente na produção de combustíveis do petróleo e do carvão e serve também como matéria-prima na produção de corantes, perfumes, tnt e detergentes, além de outras utilidades como solvente para pinturas, revestimentos, borrachas e resinas.

O Governo do Estado chegou a informar que técnicos da Cedae e do Inea haviam localizado o local do vazamento, que seria de um oleoduto no rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense. Mas a Petrobras nega o uso do tolueno nas suas refinarias no estado.

Em entrevista, o superintendente do IBAMA, Rogério Rocco, comenta o que vem sendo feito pelos órgãos competentes para minimizar os impactos desse desastre ambiental e ponderou que faltou um plano de contingência. Assista a entrevista na íntegra no vídeo.

As amostras de água e de solo coletadas nas áreas contaminadas foram analisadas por técnicos do Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais da PUC-RJ. Os resultados apontaram baixa presença de tolueno na bacia do rio Guapi-Macacu. Mas o geógrafo e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense, Marcos Pedlowski, também questiona os critérios adotados para a coleta desse material, que pode interferir na qualidade do resultado. Ele faz um alerta para a existência de outras substâncias químicas detectadas nas amostras recentes.

O presidente da Associação Homens e Mulheres do Mar (Ahomar), Alexandre Anderson de Souza, estava presente na reunião realizada essa semana na sede do Ibama. Ele contou ao Portal Eu, Rio! detalhes do que foi dito pelos representantes das entidades presentes.

Assista no vídeo a reportagem na íntegra.

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