Em 2020 acendeu a luz para pensarmos em saúde mental e romper os preconceitos e tabus sobre o tema.
Já estamos no último trimestre de 2023 com um mar de mudanças acontecendo nas esferas sociais, econômicas e nas dinâmicas relacionais. Não dá mais para ignorar a importância de se falar sobre saúde mental e imaginar que estaremos seguros e vacinados contra crises de ansiedade, depressão e pânico lendo livros de autoajuda e repetindo frases otimistas.
É preciso romper os preconceitos e tabus que nos impedem de falar sobre o tema, principalmente no ambiente organizacional, pois é lá que muitos passam a maior parte do tempo e estão expostos a uma maior carga de estresse.
O pós-evento da pandemia, que gerou em todos - em maior ou menor grau - uma vivência de trauma social e pessoal, nos tornou hábeis para desenvolver flexibilidade e abertura a fim de lidar com as mudanças em todas as áreas da vida, prevenindo e intervindo nos efeitos nocivos que interferem no clima organizacional, na produtividade e na qualidade de vida.
“Um levantamento inédito feito pela Conexa, ecossistema digital de saúde, apontou que, de janeiro a julho de 2023, 40 pacientes em cada 100 foram diagnosticados com algum tipo de doença mental, após passarem por consultas de telemedicina. O estudo foi feito somente com planos de saúde comercializados diretamente para clientes corporativos. O objetivo foi analisar clinicamente como está a mente das pessoas inseridas no mercado de trabalho”. Neste mesmo estudo, 87% das pessoas entrevistadas indicaram a ocorrência de afastamento de pessoas no trabalho por motivo de doenças que afetam a mente dos colaboradores. Esse é um dado que nos empurra a refletir sobre as causas e o que pode ser feito.
É muita mudança acontecendo em grande velocidade e muitos ainda estão operando no sistema analógico, se desdobrando para alcançar novas frequências, aprendendo de forma dolorosa a lidar com as pressões impostas pelo excesso de cobranças, com metas, resultados e a competitividade gerada, bem como as limitações emocionais que reforçam os sentimentos de ansiedade e autocobrança para atender estas demandas.
As áreas de RH precisam rever seus conceitos nos seus processos de seleção, treinamentos e cuidados de saúde para aprender a aceitar e lidar com a fragilidade instalada como software no espaço-mente de todos neste momento. Lembrar que novas oportunidades e um olhar mais humanizado sobre os transtornos vividos podem servir como bálsamo para ajudar a encontrar o caminho do equilíbrio e resgate da saúde mental.
Criar visões sobre como ajudar pessoas a se reorganizarem e repensarem sobre a importância do equilíbrio físico e mental e seus impactos na atuação profissional é a chave para garantir um melhor desempenho positivo para todos.