Uma boa informação pode nos ajudar, a construir um novo olhar e uma boa forma de agir. Em 2016 de acordo com o IBGE, o número de idosos no Brasil cresce todos os anos. Para se ter ideia, na época, no país, para cada duas pessoas com menos de 15 anos, existia uma com idade acima de 60 anos. Porém, na mesma proporção em que a população idosa aumenta, ocorre um crescimento significativo da incidência de doenças crônicas e incapacitantes, inclusive o Alzheimer. A partir dos 65 anos, o risco de desenvolvimento da doença duplica a cada cinco anos; sendo assim, uma pessoa de 70 anos tem o dobro de chances de desenvolver Alzheimer em relação a uma de 65. Neste mesmo ano no Brasil o número de pessoas com a doença já atingia cerca de 1,2 milhão. Apenas metade delas em tratamento, e, a cada ano, surgem 100 mil novos casos. A estimativa é a de que esse número dobre até 2030, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer. Além disso, a cada duas pessoas com a doença, apenas uma sabe que a tem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) previa que até 2050 o número de casos aumentaria em até 500% em toda América Latina. dados pesquisados: fonte Innovare e IBGE.
Lidar com um familiar diagnosticado com Alzheimer não é uma tarefa fácil, em muitos momentos em função das relações afetivas, tendência natural de negação da doença e sofrimento frente as limitações que se agravam, irá exigir um bom conteúdo de informações para compreender o desenvolvimento do processo , preparo para conseguir criar estrutura de apoio, bem como um trabalho pessoal para aprender a lidar emocionalmente com os estágios da doença, as limitações cognitivas do paciente, mudanças de comportamentos, necessidades de apoio para a realização de atividades básicas do dia a dia.
As dicas e orientações para lidar com Alzheimer vem da Escritora, Palestrante, Master em Neurolinguística e Conselheira de Bem Estar e Saúde Laura Botelho, que frente a situação de ter que lidar com uma tia e a mãe diagnosticadas com a doença, buscou orientações, realizou pesquisas em fontes estrangeiras e com base nas suas experimentações e convívio com as parentes próximas, escreveu o primeiro livro sobre o tema: Alzheimer – A Doença da Alma em 2006, pela editora Russel (que infelizmente como tantas outras, não mais existe), com objetivo de partilhar suas experiências com aqueles que precisavam de informações para lidar com pessoas com o mesmo diagnóstico.
As orientações e dicas do primeiro livro, são decorrentes das suas tentativas práticas e orientações médicas, ajustadas as suas vivências reais no dia a dia com seus parentes diretos .
1. Se você optou por ficar com seu familiar doente em casa, boa opção. Porém, não será fácil para ele nem para você. Então vale estabelecer algumas metas de maneira prática para auxiliar na jornada.
2. Perder a habilidade para se comunicar corretamente, o desequilíbrio, a desarmonia do comportamento é um dos problemas mais difíceis e frustrantes para o doente de Alzheimer e seu cuidador. Se a pessoa que cuida está nervosa, tensa ou aborrecida, ele sentirá a mesma coisa e entrará em colapso, piorando sua comunicação.
3. Mudanças constantes de um cuidador deve ser evitada, o ideal é que laços de confiança e amizade sejam criados. Não force o doente a ficar com quem lhe assusta ou causa medo.
4. Evite brincadeiras tolas, que podem não ser compreendidas e gerar explosão de sentimentos que pode se tornar um problema futuro.
5. Nunca chame sua atenção, não o encare com olhar de reprovação ou intimidador.
6. Não o trate como um doente mental surdo. Olhares, sussurros , risinhos podem gerar desconfiança. A sensação de estar sendo enganado ou sofrendo conspirações, sendo roubados ou lesados são ideias que se tornam presentes e deixam o doente, triste, agitado, nervoso ou agressivo.
7. Respeite-o sempre, isso lhe dará paz. Evite levantar a voz, use frases curtas e dê tempo para que responda.
8. Coloque retratos de familiares e amigos em seu quarto. O uso de música principalmente Clássica de Mozart ativa áreas importantes da coordenação motora e visão, conforme observação através da ressonância magnética.
9. Use expressões claras, sem duplo sentido, pois sua capacidade de entendimento está reduzida.
10. Busque ter um acompanhamento médico para ter apoio necessário, e orientações para estar informado sobre as novas pesquisas realizadas e a lidar com doente no dia a dia.
Passados alguns anos, como resultado de suas ressignificações e aprendizagens, Laura Botelho, escreve um novo livro, agora com uma abordagem mais reflexiva, e uma visão que vai além dos sintomas, na busca das possíveis causas de cunho comportamental e das influências das novas tendências e conceito deste novo mundo. Livro: Alzheimer uma escolha da Alma – Outra visão sobre demência- 2018 publicado pela Agbook.
Breve sinopse do livro: Perda de memória e comprometimento cognitivo têm uma grande quantidade de causas que não têm nada a ver com os efeitos do envelhecimento. Uma pesquisa realizada em 2016 mostrou que há o dobro de jovens que vivem com demência, disse Jeremy Hughes, presidente-executivo da AS (Sociedade de Alzheimer USA). Aproximadamente 50% de todos os pacientes com transtorno de memória sofrem de uma série de problemas que não são Alzheimer, incluindo depressão, acidentes vasculares cerebrais repetidos, reações tóxicas a drogas, efeitos a longo prazo de alcoolismo, lesões cerebrais, síndrome de fadiga crônica, fibromialgia e grave alergia. Em outras palavras, algumas funções muito importantes que mantêm o corpo saudável, estão sendo encerradas por conta do medo diário.
Ter informações que nos orientem, na elaboração de uma forma de agir mais humanizada e que permita criar estratégias para manter a nossa saúde física e mental, pode nos ajudar nas tarefas e aprendizagens necessárias para atuar no dia a dia na vida pessoal e profissional.
A Leitura dos Livros poderá contribuir para o nosso desenvolvimento em lidar com a doença e organizar e fortalecer nossa Compaixão com os portadores de Alzheimer.
Dulce Gabiate – Psicóloga, Consultora organizacional com foco na área de desenvolvimento humano. Treinadora de treinadores em TOP- Tecnologia de Participação ICA Phoenix - Arizona USA, Trainer em Programação Neurolinguística pelo INAP e Coach Executivo, Carreira e Vida pelo ICI e InCoaching, Psicóloga clínica. Autora do livro Mudanças – Aprendendo a construir novos comportamentos - publicado pela Agbook.