O ano de 2020 foi um ano atípico, em que todos fomos pegos de surpresa por um novo vírus que fez com que o mundo inteiro parasse. Com o lockdown, muitas empresas sofreram perdas significativas, em especial as companhias aéreas e as do mercado de turismo. E isso impactou de forma significativa na economia global e na Bolsa de Valores, tanto que o Ibovespa chegou a ter uma queda de quase 50% no início da pandemia.
O cenário econômico para 2021 ainda é muito incerto. A pandemia está em plena segunda onda na Europa e, de quebra, completará neste mês, um ano do primeiro caso diagnosticado com COVID-19 no mundo. Isso, somado a demora para encontrar uma vacina, faz com que se leve mais tempo para as coisas voltarem ao seu rumo natural. E o resultado: a previsão de uma recessão de quase 5% na economia global no próximo ano, de acordo com o FMI.
Apesar de todos esses pesares, a minha visão é de esperança que a economia brasileira e mundial irão se recuperar, por conta da demanda reprimida em alguns setores da nossa economia.
O setor aéreo e de turismo, por exemplo, tendem a se recuperar bem em 2021, principalmente pós-vacina, quando as pessoas se sentirão mais seguras para viajar, querendo viver a vida de forma mais intensa e conhecer lugares novos após meses de isolamento, aquecendo o ramo de hotelaria e gastronomia.
Outro mercado que também será impactado é o de locação de carros, como reflexo do crescimento do turismo e a liberação para maior circulação de pessoas, e do volume de desempregados atuando como motoristas em aplicativos de mobilidade urbana.
O setor de moda, assim como o consumo em geral, também será aquecido. Com os shoppings funcionando normalmente, atraindo mais consumidores, circulando sem preocupação, aumentando a demanda do varejo e consequentemente beneficiando fundos imobiliários de espaços comerciais.
Quem também performará bem no ano que vem serão as indústrias, com a retomada da economia, as fábricas à todo vapor, aumento de produção e contratação de pessoal.
Entretanto, gostaria de ressaltar que antes de qualquer tomada de decisão sobre qual caminho seguir em sua jornada de investimentos é preciso ter em mente que, mais importante do que identificar as melhores oportunidades para 2021, você precisa estar atento ao seu perfil investidor, porque é a partir dele que você deve definir quais riscos você está disposto a correr.
Para quem é mais conservador e gosta mais da renda fixa, com essa incerteza no cenário econômico e o aumento da inflação que já estamos vendo nesse finalzinho de ano, o melhor caminho é investir em ativos pós-fixados, atrelados principalmente à inflação e à Selic, que tendem a subir ano que vem.
Já os mais arrojados, devem olhar bem para as ações e fundos imobiliários, que já iniciaram sua recuperação e tendem a continuar performando bem em 2021, com a retomada econômica.
Independente do seu perfil investidor, eu gostaria de compartilhar a minha filosofia de investimentos, que é ter uma visão a longo prazo, planejando seus investimentos para 20, 30 anos, porque não há bola de cristal que preveja o mercado com exatidão daqui a seis meses, um ano ou dois anos.
Por isso, foco em investir em empresas sólidas e em setores perenes, que independente da crise que vier, e da situação econômica, continuarão lucrando e crescendo. O mercado no curto prazo é imprevisível e tentar prevê-lo é ser ingênuo.
Nós precisamos focar cada vez mais no nosso trabalho, em aumentar nossa renda para investir mais nessas empresas sólidas do que ficar procurando o melhor investimento do momento.