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Lições de 2020 que nunca serão esquecidas

Por Vitor Friary, Psicólogo Clínico

Em 30/12/2020 às 06:01:00

Shakespeare é considerado um dos mais importantes escritores e poetas de todos os tempos, e nos disse há muito tempo atrás que "doces são os usos da adversidade, que, como o sapo, feio e venenoso, leva jóia preciosa na cabeça". E concordo plenamente com o Willy que todo e qualquer sofrimento carrega dentro de si mesmo uma oportunidade de aprendizagem. Portanto, acredito que devemos deixar 2020 para trás com desprezo ou considerá-lo um ano perdido, já que podemos encontrar muitas reflexões importantes a partir do que vivemos.

Uma das importantes lições de 2020 foi que aprendemos que as pessoas mais importantes não são as celebridades, os jogadores de futebol famosos e polêmicos, ou os influencers da hora, mas, sim, os profissionais de saúde, os atendentes dos mercados, caminhoneiros, fazendeiros, aqueles que não puderam como muitos de nós realizar o seu trabalho à distância, mas que se colocaram em risco para salvar e manter vidas. Isso nos serviu como lição importante, porque aumentamos nossa empatia e gratidão por todos esses profissionais que de fato foram essenciais para a manutenção da nossa vida durante a crise do COVID-19.

Aprendemos que estamos todos no mesmo barco, e dinheiro e fama não nos livra das artimanhas invisíveis e ainda desconhecidas desse vírus letal. Segundo a Organização Mundial da Saúde foram mais 2.000.000 de vidas em todo o globo ceifadas por esse vírus, sendo mais de 190.000 somente no Brasil. Portanto ninguém está acima das forças da seleção natural.

Estamos em um mundo cada vez mais tecnológico, onde problemas de uso excessivo de tela e dependências tem ficado cada vez mais em evidência. Por conta dos avanços, o mundo pode continuar a desempenhar a sua produção em muitos setores diversos. Percebemos que a conexão humana sensorial é uma necessidade, apesar de estarmos caminhando, infelizmente, para um mundo cada vez menos conectado fisicamente.

Por outro lado, em especial no contexto brasileiro, observamos que culturalmente somos dominados por urgências, imediatismos, um consumismo psicótico. Temos uma dificuldade muito grande em respeitar e seguir as orientações da ciência e de seus especialistas, apesar de que pesquisas reportam que o distanciamento social e o uso de máscaras diminuem o risco de contaminação e espalhamento do vírus. Normas e orientações sanitárias foram constantemente burladas e negligenciadas.

Simultaneamente, a crise econômica nos ensinou que podemos ser extremamente capazes de nos adaptar e de nos comportamos com flexibilidade face a adversidades. Fomos desde os atendimentos de saúde através de serviços renovados de telemedicina às melhorias criativas de apresentação, tanto no campo da educação quanto nas reuniões executivas de multinacionais importantes, agora sendo realizadas sem o custo das viagens de longa distância. Sem dúvida que muitas dessas melhorias continuarão em prática em anos por vir.

Também aprendemos a dar valor às pessoas importantes à nossa volta e aos momentos simples. Ficamos tão presos dentro das nossas cabeças, pensando, remoendo o passado, preocupados com o futuro e planejando constantemente, que momentos importantes, carregados de tanta energia e ternura passam por nós despercebidos.

Esse ano que passou não foi perdido, aprendemos muitas coisas sobre o nosso comportamento, sobre a nossa psicologia e, portanto, todo esse conhecimento é valioso. Absolutamente, como brasileiros, temos que melhorar e muito o nosso leque de respostas a situações de crise como essa, mas também devemos nos orgulhar porque em muitos lugares e muitos contextos presenciamos uma força do bem que também se fez presente, demonstrando que no fundo a humanidade prevalece.

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