A Umbanda é uma religião profundamente brasileira, nascida da miscigenação cultural e espiritual do país. Ela se destaca pela flexibilidade, sincretismo e pela ênfase na caridade e no atendimento espiritual, sendo um reflexo da rica diversidade cultural do Brasil.
Surgiu no início do século XX, incorporando elementos de tradições africanas, indígenas, europeias e espirituais. A Umbanda começou a tomar forma em 1908, quando o médium Zélio Fernandino de Moraes, um jovem de família católica no Rio de Janeiro, teria manifestado um espírito conhecido como Caboclo das Sete Encruzilhadas. Esse espírito anunciou a fundação de uma nova religião, a Umbanda.
A Umbanda seria uma religião que uniria o espiritualismo de várias tradições:
* Catolicismo: com a veneração de santos, semelhante à prática popular entre a população;
* Espiritismo kardecista: adotando a prática da mediunidade e o contato com espíritos;
* Candomblé e tradições africanas: com a presença de orixás e entidades africanas;
* Culturas indígenas: com a valorização dos caboclos (espíritos de indígenas);
* Elementos esotéricos e de ocultismo europeu.
A Umbanda é uma religião monoteísta, acreditando em um único Deus supremo, muitas vezes identificado com o Deus cristão, chamado de Olorum. No entanto, ela reconhece a existência de diversas entidades espirituais intermediárias, como orixás, guardiões (como os exus), caboclos, pretos-velhos e outras categorias de espíritos que ajudam nas consultas e curas espirituais.
1. Orixás: São divindades ligadas às forças da natureza, com origem nas religiões afro-brasileiras, especialmente no Candomblé. Cada orixá representa um aspecto da criação, como Oxalá (associado à paz), Iemanjá (ligada às águas), e Xangô (relacionado à justiça).
2. Entidades: Os espíritos que se manifestam durante os rituais, como os caboclos (espíritos de índios), pretos-velhos (espíritos de antigos escravos) e exus (mensageiros), ajudam os médiuns e os frequentadores com conselhos, curas e proteção espiritual.
3. Rituais e Crenças: Os rituais da Umbanda envolvem práticas mediúnicas, como a incorporação de espíritos, preces, cantos, danças e oferendas. Também há grande ênfase na caridade e no auxílio espiritual às pessoas necessitadas, que buscam a religião para resolver problemas de saúde, amor, trabalho e proteção espiritual.
Sincretismo
Um dos aspectos mais marcantes da Umbanda é o seu sincretismo, a fusão de várias tradições religiosas. Orixás africanos, por exemplo, são sincretizados com santos católicos:
• Oxalá é identificado com Jesus Cristo,
• Iemanjá com Nossa Senhora,
• Xangô com São Jerônimo ou São João,
• Ogum com São Jorge.
Nos primeiros anos de existência, a Umbanda cresceu lentamente, ganhando popularidade entre as classes mais baixas e marginalizadas da sociedade, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ela oferecia uma alternativa espiritual que falava diretamente às necessidades dessas populações, com um enfoque na caridade e na assistência espiritual.
Embora compartilhem raízes africanas e alguns orixás, a Umbanda e o Candomblé têm práticas, filosofias e organização distintas. O Candomblé mantém uma ligação mais próxima com as tradições africanas, com rituais mais rígidos e elaborados, enquanto a Umbanda é mais flexível, integrando uma maior diversidade de crenças e rituais.
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