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Israel x Hamas: a guerra de desinformação no digital

Digi & Tal, Por George Soares, Jornalista

Em 19/10/2023 às 23:02:08

À medida que a guerra Israel-Hamas chega ao fim da sua primeira semana, milhões de pessoas recorreram a plataformas como o TikTok e o Instagram na esperança de compreender o conflito brutal em tempo real. Os termos de pesquisa mais populares no TikTok nos últimos dias ilustram a fome da perspectiva da linha de frente: desde “filmagens gráficas de Israel” até “transmissão ao vivo em Israel neste momento”, os usuários da Internet estão à procura de relatos brutos e não filtrados de uma crise que estão desesperados por compreender.

Na maior parte dos casos, o que a gente vê são vídeos de crianças israelitas chorando, que lutam contra a morte, ao lado de imagens de moradores de Gaza atordoados, sentados nos escombros das suas antigas casas. Mas essa mesma exigência de uma visão íntima da guerra criou amplas aberturas para vendedores ambulantes de desinformação, teóricos da conspiração e artistas de propaganda – influências malignas que reguladores e investigadores alertam agora que representam uma ameaça perigosa aos debates públicos sobre a guerra.

Um vídeo recente do TikTok, visto por mais de 300 mil pessoas, promoveu teorias de conspiração sobre as origens dos ataques do Hamas, incluindo falsas alegações de que foram orquestrados pelos meios de comunicação social. Outro, visto mais de 100 mil vezes, mostra um clipe do videogame “Arma 3” com a legenda “A guerra de Israel”. Detalhe: esse vídeo já tinha sido divulgado antes dando créditos ao conflito entre Ucrânia e Rússia.

Nos dias que se seguiram ao ataque do Hamas em 7 de outubro, os pesquisadores sinalizaram seis dúzias de contas do X espalhando desinformações relacionadas à guerra. As contas – muitas das quais anteriormente focadas em tópicos mais inócuos como o basquete profissional ou a vida no Japão – anteriormente não mostravam nenhuma associação externa, mas de repente começaram a postar conteúdo semelhante no fim de semana quando surgiram notícias dos ataques.

O último problema surge depois que X começou a oferecer marcas de seleção azuis para usuários premium para assinaturas a partir de oito dólares por mês, em vez de aplicar o selo àquelas cujas identidades foram verificadas. Isto tornou mais difícil distinguir os relatos de jornalistas, figuras públicas e instituições daqueles de potenciais impostores, dizem os especialistas. Ainda, um relatório do Projeto de Transparência Tecnológica (TTP, em inglês) descobriu que o Hamas usou contas premium no X para espalhar vídeos de propaganda.

Esta semana, autoridades da União Europeia enviaram avisos ao TikTok, Meta, YouTube e X, destacando relatos de conteúdo enganoso ou ilegal sobre a guerra em suas plataformas e lembrando às empresas de mídia social que poderiam enfrentar bilhões de dólares em multas se uma investigação posteriormente determina que eles violaram as leis de moderação de conteúdo da UE. Os legisladores dos EUA e do Reino Unido também apelaram a essas plataformas para garantirem que estão a aplicar as suas regras contra conteúdos ilegais e de ódio. Será que adianta?


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