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O metaverso começa pelo som

Digi & Tal, Por George Soares, Jornalista

Em 08/06/2022 às 08:34:22

A incerteza em torno de tudo a respeito do metaverso é compreensível. E talvez seja justo dizer que existem definições muito diferentes sendo lançadas em sala de reuniões e estreando o feed de notícias. Uma mistura de otimismo ansioso, exagero e tecnologia inundam tudo a respeito desse novo conceito.

A certeza que temos, porém, é a de que as tecnologias que nos unem em mundos sinérgicos, que misturam o físico e o digital, se tornarão cada vez mais cotidianas. A popularidade de avatares online, shows hospedados em videogames (isso quando o Emicida não toca de graça em um Sesc) e a imersão em imóveis virtuais afirmam que muitos de nós já mergulhamos muito mais do que um dedo do pé nas águas do metaverso.

Tudo ainda é muito novo e não há como saber, de fato, como será a experiência nele. O que se sabe é que ele deve se tornar um lugar onde a gente consiga experimentar um nível superior de percepção e evoluir em um ambiente estimulante e, sobretudo, não esmagador.

O provável começo (e onde apostos minhas fichas) é no som. O áudio é essencial para o potencial do metaverso. Os melhores estúdios de videogames e diretores de cinema sabem há anos que precisam garantir que os compositores e designers de som estejam nos estágios iniciais da produção. Considerando a complexidade por trás da criação de qualquer tipo de metaverso, e mesmo que provavelmente não seja a experiência que todos queremos ainda, é importante que soe bem.

Um metaverso silencioso seria um lugar estranho. A ambientação sonora é essencial para a navegação e comunicação em um lugar virtual socialmente vibrante e dinâmico. Além disso, como qualquer criador de conteúdo de entretenimento lhe dirá, o áudio é fundamental para a imersão e credibilidade nos reinos digitais. Observe que “acreditabilidade” é uma palavra importante - porque o metaverso às vezes quer nos transportar para lugares fantásticos e irreais - mas não pode parecer que ainda estamos na nossa sala.

Na esfera de produção de conteúdo, as possibilidades são diversas. O som consegue alcançar indivíduos de forma não intrusiva e , aqui, não intrusivo significa literalmente áudio ao lado de qualquer experiência do metaverso - assim como você ouve uma lista de reprodução enquanto joga um videogame em casa. Há também uma abundância de espaço no metaverso para novas formas de transmissão de rádio ao vivo, podcasts, comentários sobre eventos que se desenrolam e entidades sociais sonoras.

Uma tendência separada viu os sons binaural (dois sons com frequências muito próximas fazendo com que o cérebro perceba uma terceira onda, que, na verdade, não existe) e espacial se tornarem mais comuns. Essas tecnologias fornecem essencialmente um “áudio tridimensional”, exatamente como experimentamos na realidade. Isso significa que podemos rastrear quase inconscientemente de onde vem o som e como ele pode ser influenciado pelo ambiente. Como tal, a paisagem sonora do metaverso parecerá profundamente natural e com nuances realistas, estendendo o potencial de imersão, comunicação, entrega de conteúdo e expressão criativa.

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