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Meus heróis estão saindo de cena

Em 12/10/2020 às 11:24:47

Em menos de uma semana, perdemos Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino e Eddie Van Halen. Não deu para curar a ferida causada pela morte do criador da Mafalda e logo em seguido tivemos a baixa de um mito da guitarra com a morte de Van Halen. Vamos nos enternecendo por nós mesmos com a partida de grandes ícones. Ainda mais tão pessoais para mim como eles. Quando pegamos figuras que já se foram, como Gandhi, que admiro, onde seu legado é visto e lido, mas sua vida foi em um período onde ainda nem sonhava em ser um arteiro espermatozoide, se torna inalcançável a dor da perda. O contrário de figuras que você, de uma forma ou de outra, acompanhou por anos sua trajetória de perto. Aí sim, a perda fica mais doída e chocante. Freud descrevia como Luto e melancolia.

Hoje, no dia da criança, preciso elaborar essa perda do Quino, através de uma homenagem. Afinal, tristeza não tem fim, felicidade sim. Quando criança, me deparei com as tiras da Mafalda por uma coleção que meu pai tinha comprado. Quando as tiras eram boas, no passado, compilavam tudo em uma publicação. Ali encontrei um personagem que podia falar de metalinguagem, política, relações entre pais e filhos, tudo com humor. Aquilo me conquistou ainda mais, por ser obra de um argentino. Fiquei impactado. Lembro também de ficar muito feliz ao ver em um canal de TV aberto, durante os comerciais, o desenho animado da Mafalda, como se fossem tiras animadas. Aquilo era especial. Não precisava, assim como os desenhos animados da Hanna Barbera de 7 ou 10 minutos de desenho. 1 minuto de Mafalda já bastava. Conheci ao longo da minha vida, vários ilustradores, cartunistas e artistas plásticos argentinos do qual sou muito amigo, mas nunca tive a chance de conhecer Quino. Era o que estava faltando e recentemente, com minha entrada na agencia FotoArena, de distribuição de quadrinhos, estava perto de realizar meu sonho, pois estávamos na mesma agência. Não deu tempo. Me restou apenas o livro TODA MAFALDA.

A ideia de a personagem ter início e fim, dá um saudosismo imenso, pela intensidade que foram suas histórias. Sem dizer que foi uma réplica contestatória das estórias do Charlie Brown, de Schultz. Era o posto das crianças brancas, bem alimentadas e neuróticas do quadrinho americano. As tiras tiveram um charme a mais com a irada menina Mafalda, que nascida na época da repressão, se tornaram hoje, bastante atuais. Mas como o gracioso ator mirim do filme "O Garoto" (1921), de Chaplin, que anos depois se torna o tio Fester na série de TV da "Família Addams", as coisas mudam. E Mafalda assim deixa de existir como personagem para ficar no imaginário popular.

O que dizer de Eddie Van Halen? Quando me formava como guitarrista, tinha Van Halen como um top 10 de grandes lendas inalcançáveis de chegar ao seu patamar. Alguns grandes músicos você norteia seu treinamento para alcançar aquele nível. Pat Metheny, maravilhoso guitarrista de jazz, abdicou de sua juventude para estudar guitarra. Como não tenho essa motivação, meu modelo ficou apenas no ótimo, não no excepcional. Eddie era um desses gênios inalcançáveis. Ele não criou a técnica do Tapping, Ronald Macdonald, guitarrista do carpano ja fazia tapping desde 1964, mas somente Van Halen conseguiu popularizar a técnica. Era tão impressionante que Michael Jackson teve que chamá-lo para solar em Beat it, sem ganhar, apenas os créditos. Peguei a época do final do David Lee Roth na banda e a entrada do maravilhoso Sammy Hagar e um estilo de Van Halen bem voltado aos anos 80. Se ouviu muito Van Halen nas rádios nessa época.

Confesso que meus ouvidos atuais, adoram a música I can't stop lovin' you, mas como não lembrar de Eruption, Ain't Talkin' 'Bout Love, Unchained e Jump com David Lee Roth, Why Can’t this be Love e Humans Beeing com Sammy Hagar, Fire in the Hole com Gary Cherone e a volta de David Lee Roth com Me wise magic.

Só posso dizer obrigado aos dois ícones em suas áreas, que me fizeram muito feliz e aproveitando que também é dia de Nossa Senhora, para fazer uma prece especial para que possam ver no céu seus atenuantes, esquecendo as barras pesadas dos quais passaram, e abrirem os portões da vida eterna ao lado de outras lendas, por que na Terra, já estão em nossos corações.

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