Desacreditar de si mesmo. Sentir-se uma fraude, ou mesmo uma pessoa de personalidade ilusória. Existem pessoas que convivem com essa sensação permanentemente? Sim, existem e, infelizmente, é um tipo de síndrome que leva o indivíduo a se sentir incapaz e limitado. Chamamos de Síndrome do (a) Impostor (a). Mas do que se trata essa Síndrome?
A Síndrome do(a) Impostor(a) não é uma doença mental. Afeta homens e mulheres e é um típico padrão de comportamento que descreve uma sensação e uma mistura de sentimentos que ocorrem quando não acreditamos que somos merecedores de algo. Quando, de forma inconsciente, ignoramos nossos méritos e questionamos, insistentemente, nossas competências. Se não for tratado, pode até se associar a outros distúrbios mentais: depressão, fobias, irritabilidade, alterações de humor e elevação do complexo de inferioridade, entre outros.
Ela se manifesta quando eu acredito estar ocupando um lugar que não mereço e me sinto enganando pessoas. O indivíduo se coloca como um verdadeiro impostor, evita falar sobre suas conquistas e se coloca no papel de errado ou culpado pelo que possui. Apresenta uma autoestima muito baixa e pode ser facilmente manipulado. Sente muito medo do que as pessoas pensam, por medo de ser julgado e descoberto em suas farsas. Tanto que está sempre em busca de aprovação, além de se autodepreciar e demonstrar enorme instabilidade emocional e insegurança sobre as capacidades e o merecimento daquilo que se conquistou e/ou o lugar que se ocupa.
Quem sofre com a Síndrome do(a) Impostor(a) tem uma tendência a alimentar sentimentos de negatividade e a valorizar demais as conquistas do outro, sem perceber seu próprio valor. Frases como: “eu não sou inteligente” e “não tenho talento” são típicas de quem recebe o diagnóstico. Podemos destacar ainda, como principais sintomas, os discursos autodepreciativos, a necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho, a fuga de situações que possam colocar o indivíduo no centro das atenções, o trabalho além do necessário e o medo de ser “descoberto”. Além disso, sentimentos como medo, insegurança, fobia social, alterações de humor e timidez são frequentes.
O tratamento para essa síndrome é a psicoterapia, no qual o profissional de saúde mental irá trabalhar, com técnicas específicas, a neutralização de todos os gatilhos que disparam essas sensações destrutivas, auxiliando no reconhecimento das potencialidades para que a pessoa possa assumir seu crescimento pessoal.
Portanto, se você se identificou com esses sintomas ou reconhece que alguém próximo possa estar sofrendo com eles, é preciso agir, reconhecer que algo está desalinhado e buscar ajuda psicanalítica para fortalecer a autoestima e as emoções, valorizando cada pequena vitória e olhando, cautelosamente, para todas as dificuldades e o empenho empregado para se alcançar algo. É preciso ter a consciência de que a cura está dentro de si, eliminando os pensamentos ilusórios que impedem seu próprio crescimento pessoal e limita seus passos.