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Reflexões sobre a garrafa PET da Copa de 1998

Educação Sustentável, Por Bárbara Motta, Educadora e Bióloga

Em 27/11/2023 às 18:49:04

O ano era 1995. Cursava a 5a série do 1o grau (equivalente ao 6o ano do ensino fundamental II). Sempre amei estudar Ciências e, por isso, prestava muita atenção as aulas do professor Nepomuceno. Dentre várias histórias científicas, ele sempre contava que, com certeza, um dos lixos produzidos por nossos avós ainda estariam depositados em algum lugar do meio ambiente, assim como alguns tipos de lixos produzidos por nós também ficariam "esperando" pelos nossos netos em algum outro lugar da natureza. Tudo isso porque alguns dos resíduos gerados por nós levam muitos anos para se decompor. Anos equivalentes a várias gerações!

Ainda durante o Fundamental, e ao longo do Ensino Médio e da Faculdade, escutei essa mesma história diversas vezes. Contadas de formas mais lúdicas e, por vezes, mais científicas. Mas o fato é: alguns materiais levam tanto tempo para se decompor na natureza que um ser humano pode "nascer, crescer, reproduzir e morrer", e aquele resíduo estará ali, firme e forte, aguardando os seus primeiros sinais de decomposição.

E o que gerou essa sessão nostalgia? Uma reportagem recente que falava sobre um achado de uma equipe de pescadores. Os mesmo, além de peixes, encontraram uma garrafa pet com o rótulo muito emblemático. Nele havia caricaturas de jogadores de futebol atuantes na Copa do Mundo de 1998!

No rótulo, Dunga e César Sampaio estavam um pouco abatidos, desbotados... Porém, o plástico da garrafa pet mantinha-se "firme e forte". Esse é o exemplo perfeito de como o lixo sem descarte e um processo de reciclagem correto atravessa gerações. Professor Nepomuceno estava certo!


Segundo dados do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente, uma garrafa PET levará em média 400 anos para se decompor e o Brasil avançou na destinação correta e processo de reciclagem desse tipo de resíduo. Porém, são anos de resíduos deixados no meio ambiente e ainda vamos encontrar muitas dessas "heranças" por aí.

São vários os questionamentos que esse achado nos proporciona... Quais caminhos a nossa sociedade pode seguir para reduzir a utilização do plástico? Como ampliar a rede de coleta seletiva em ambientes residenciais e comerciais? A reciclagem de resíduos plásticos atuais avançou, mas como reciclar o plástico que já está poluindo o meio ambiente há anos?

Várias instituições educacionais, ONGs, pautas governamentais e empresas estudam e analisam essas demandas. E, aos poucos, algumas sugestões vão surgindo e se tornando realidade, como, por exemplo, a volta do uso de garrafas retornáveis e garrafas de vidro. Porém, o caminho para solucionar o problema por completo é longo.

A garrafa PET, que incentivou toda essa discussão, nos lembra de um mundial de futebol em que o Brasil perdeu a final para a França. Espero que, nesse jogo contra o avanço e permanência dos resíduos plásticos no meio ambiente, o Brasil tenha um resultado melhor. O planeta agradece!



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