O drama de vivenciar uma pessoa sofrendo um surto psicótico de perto pode acontecer a qualquer momento, com qualquer um. Além disso, qualquer pessoa que esteja em elevado grau de estresse pode ser um potencial candidato a sofre uma crise. Mas o que é o surto psicótico? O que fazer se alguém manifestar surto psicótico em sua companhia?
Pelo ponto de vista da psicologia, o surto é apenas estresse. Claro que em um nível mais aguçado e com altos graus de acúmulo. O surto diz respeito à desconexão que o indivíduo “transtornado” faz entre o que é real e o que é imaginário. Ou seja, é um momento de desorganização psíquica, caracterizada pela perda de noção da realidade, comportamento descompensado e psicótico. Pode ocorrer sem causa prévia e vir de maneira súbita. E durante o surto psicótico a pessoa pode apresentar sinais e sintomas como confusão mental, delírios, alucinações, catatonia (paralisada, inerte, sem reação), fala desorganizada ou incoerente.
O surto psicótico pode ter, como causa principal, transtornos mentais psicóticos e esquizofrenia, como consequência, além de comorbidade de outros transtornos mentais e relações abusivas tais como o excesso de álcool ou drogas. Além disso, pode vir a ser um aglomerado de sintomas de algumas atitudes clássicas que também se associam a uma possível esquizofrenia. Esse tipo de transtorno provoca ideias delirantes, perturbações e alucinações fragmentárias, com comportamentos imprevisíveis. Além disso, pessoas que se encontram em surto psicótico podem apresentar falas descontruídas, desconexas, total desorientação, comportamento agitado, irritabilidade e agressividade, alteração do ciclo de sono, estado catatônico, perda de apetite, alteração e oscilação no humor e despersonalização, uma vez que pode vir a ouvir vozes através da confusão mental, apontando delírios constantes. Um fenômeno de causas associadas a diversos fatores, como depressão, transtornos bipolares e transtornos ansiosos, o que o torna multicausal.
Como a principal característica do surto é a perda de noção da realidade, as alucinações podem se manifestar levando o paciente a sentir cheiros e ouvir vozes imagináveis, motivado pelo delírio. É preciso, neste momento, evitar o confronto com o indivíduo, manter a calma, ser empático e auxiliar, diante da instabilidade emocional apresentada, para buscar ajuda e orientação de profissional de saúde mental. Por ser uma desorganização psíquica, logo se configura em uma situação de risco que deve ser tratada com cautela para não colocar em perigo a vida do paciente e nem de seus familiares.
O tratamento ideal é o multidisciplinar, onde vários profissionais, como médico, psicólogo, psiquiatra e neurologista, entre outros, podem avaliar os vários aspectos que originaram o surto e, assim, definir as causas e determinar a condução terapêutica mais adequada. Lembrando que, em casos mais graves, o mais indicado é a internação, que afastará outros possíveis transtornos associados e também pode aliviar os sintomas físicos e biológicos.
Enfim, por todo o exposto fica claro que estamos todos sujeitos a passar por crises ou surtos. Vai depender de nosso autocontrole ou equilíbrio emocional e de como estamos gerenciamento nossos sentimentos, nossos limites e o nosso entorno. Se o surto acontecer, é muito importante buscar acompanhamento da psicoterapia para que as causas sejam eliminadas e que seja reestabelecido o equilíbrio físico e mental, propiciando maior qualidade de vida.