Muitas empresas já entenderam e estão guiando os seus planos estratégicos no intuito de estabelecer o equilíbrio entre uma escuta empática consciente, a construção de confiança e vínculos que possam proporcionar maior bem-estar e satisfação no trabalho para todo seu corpo funcional, sempre atendendo a missão, visão e valores da empresa. Enquanto isso, o papel de um psicólogo organizacional vem sendo direcionado muito mais para um acolhimento pessoal do que apenas para o desempenho de funções operacionais que objetivem a seleção de pessoas ou mesmo a estruturação dos recursos humanos
Em grande parte das horas do dia, o indivíduo passa dentro da empresa, envolvido com pessoas não escolhidas por ele para se relacionar e que, sem dúvida, vão apresentar distintas características e bagagens de vida. Naturalmente, traz consigo medos, dores, sofrimentos e angústias internas que não estão ligadas ao laboral, mas são partes intrínsecas dele. São esses sentimentos que entram como ingredientes nas suas relações com superiores ou colegas de trabalho. Se não forem muito bem controlados e equilibrados, estes sentimentos contribuem na formação de conflitos e desarranjos nas equipes de trabalho.
Diante de tudo isso, faz-se cada vez mais necessário o investimento das organizações em ambientes de escuta empática para que o trabalhador possa amenizar e aliviar conflitos internos que venham intervir no bom desempenho de suas tarefas. Empregar recursos financeiros na construção e organização desse ambiente de escuta e também na manutenção da equipe de atendimento psicoterápico organizacional é a grande sacada das grandes empresas que hoje, enxergam suas instituições não apenas como gélidos concretos, mas formadas por pessoas, por seres humanos que sentem, choram, sofrem, riem, se emocionam e que, dentro de sua missão evolutiva, vivem a cada dia, aprendendo a se relacionar com o outro e consigo mesmo.
A construção de uma salutar saúde psíquica organizacional depende muito da compreensão da alta direção em apostar em projetos humanizados que propiciem esse acolhimento individual dos trabalhadores. Ganha a empresa e ganham seus profissionais. Os benefícios são muitos, pois valorizando o humano, suas capacidades e potencialidades, podemos ter pessoas mais alegres, otimistas, comprometidas, integradas aos processos da instituição, além de ambientes laborais mais harmoniosos e produtivos.
Visto isso, percebemos também o agravamento e o aumento no número de adoecimentos psíquicos de trabalhadores com o aparecimento de alguns transtornos e distúrbios emocionais e físicos, tais como depressão, ansiedade generalizada, síndrome do pânico, fobias sociais, enxaquecas severas, psoríases, quedas de cabelo, compulsões alimentares e insônias, entre outros.
Enfim, o psicoterapeuta tem muito a contribuir nas organizações. Ele pode ser o multiplicador de boas práticas de saúde física e mental para todo o corpo funcional da empresa, induzindo o autoconhecimento e exercendo a escuta qualificada para atender demandas dos empregados. O foco na saúde integral do quadro de uma empresa poderá trazer contribuições importantes, agregando valor à qualidade de vida de cada um, além de reduzir o absenteísmo, o Turnover e o estresse coletivo, promovendo um clima organizacional propício ao otimismo que, consequentemente, poderá gerar aumento na produtividade e nas finanças de um modo geral.