Infelizmente, ainda não temos muito o que comemorar. A violência cotnra a mulher ainda estampa jornais, redes sociais, noticiários e são muitos os casos todos os dias. Vários episódios chocantes e cruéis, expostos na mídia nos últimos tempos que, infelizmente, terminam em tragédias ou deixam sequelas psicológicas profundas em suas vítimas. Relações tóxicas e abusivas que camuflam a violência. Mas como sair de uma relação assim e como classificar o tipo de violência sofrida dentro destas relações que, parecem sedutoras e despretensiosas, mas ao final, destroem a vida de uma pessoa e criam impedimentos psíquicos na construção de novas abordagens íntimas?
A relação tóxica se esconde por trás de uma cortina de fumaça, onde as pessoas enganam a si mesmas. Ninguém permanece em um relacionamento destrutivo porque gosta, mas sim pela impossibilidade de observar os comportamentos abusivos do outro. Muitas vezes o que nos incomoda no outro é um reflexo do nosso espelho. Você não é responsável pelo comportamento abusivo do outro. Mas pense que somos responsáveis pelos padrões que atraímos, principalmente se forem constantes e repetitivos. Quando não aprendemos com uma experiência, somos presenteados com a oportunidade de vivenciar situações similares novamente, até aprendermos a lição que nossa parte inconsciente clama por consciência.
Alguns relacionamentos são resolvidos apenas quando nos afastamos, pois determinada pessoa só surge para trazer um ensinamento específico. A consciência de que nossa função nunca é mudar ninguém deve ser mantida, pois não nos cabe tal exigência. Mas QUANDO MUDAMOS, OS OUTROS MUDAM TAMBÉM. Afinal, o outro só faz conosco o que permitimos.
Porém, pegar para si a responsabilidade de zelar pela paz a dois não resolve. Responsabilizar o outro por todas as mazelas, também não. É preciso avaliar não os papéis de vilão e mocinho, mas a dinâmica. O principal é resgatar o amor próprio e a autoestima, ressignificar as experiências ruins, compreender o que faz você se sentir dessa forma e considerar o fato de que se afastar de pessoas assim pode ser a única saída para uma vida tranquila, uma vez que pessoas com esse perfil tóxico nem sempre estão propensas a modificações, principalmente se possuírem evidências de psicopatia. O abusador, provavelmente, age assim por já ter sido abusado, mas suas dores não podem justificar suas atitudes. Já o abusado deve entender que tipo de interação exerce na dupla e porque ainda está consumindo esse sofrimento. O amor verdadeiro não tem razões para agredir moralmente, verbalmente, psicologicamente ou fisicamente, porque ele vem apenas para fazer o bem. Respeite a si mesmo e entenda: o importante é não desistir de buscar ser feliz. Fortaleça seu inconsciente e entenda a força que tem. Ame-se acima de tudo e não permita que diminuam seu valor.
Enfim, a autoavaliação e o amor próprio são peças chaves para se curar de uma relação tóxica. Afinal, se você não se valoriza e não se ama, acha mesmo que os outros farão isso por você? Olhe para as relações em que está envolvido e perceba se virou refém da situação. Não permita, em hipótese alguma, a perpetuação de abusos físicos ou emocionais que interferem em sua felicidade. Busque ajuda de um profissional de saúde mental para que possa fortalecer sua personalidade e resgatar sua autoestima. Além disso, denuncie as agressões aos órgãos competentes o quanto antes. Não espere acontecer uma tragédia, como tantas que temos presenciado. Reflita e acredite em sua própria mudança.