Com os sentimentos e emoções afloradas, a maternidade é um período muito especial na vida da mulher, Porém, a maternidade real é aquela vivida diariamente por mães, com suas imensas dificuldades e as responsabilidades em cuidar de uma criança, envolvendo muito mais do que apenas o amor à prole. Exaustão, esquecimentos e necessidade de dar conta de tudo são sintomas quase sempre presentes na vida de mulheres com filhos. Esse excesso de esgotamento emocional pode significar a Síndrome de Burnout materno.
Essa condição é definida pelo estresse prolongado, relacionado não só aos cuidados maternos, mas pela maneira como a mãe exerce suas múltiplas obrigações nessa fase da vida, desde o nascimento do bebê até os três anos da criança, que é quando ela exige mais cuidados e dedicação. Alguns sentimentos e sintomas podem parecer comuns na maternidade, porém a intensidade e frequência com que eles aparecem é que irá classificar se a mulher está sofrendo ou não com o Burnout Materno. São eles: sentimentos constante de culpa; estresse relacionado a administração do tempo; excesso de pessimismo; exaustão, mesmo após um período de repouso; sentimento de fracasso e impotência; irritabilidade sem motivo aparente; falta de interesse ou prazer em cuidar do filho; baixa autoestima; tristeza, medo e insegurança. Outro problema é que muitas mães não sabem se estão passando pela síndrome. Isso faz com que elas se sintam aprisionadas em um ciclo de culpa constante e uma necessidade de dar conta de tudo.
Para fechar o diagnóstico, o profissional de saúde mental irá avaliar esses sinais e verificar a frequência e intensidade com que se manifestam e como eles afetam as funções cotidianas dessa mãe. Os sinais passam do aceitável quando o desconforto é crescente e impedem a mulher de realizações suas atribuições, gerando uma disfuncionalidade e prejuízo intenso nas atividades laborais, familiares e sociais.
A prevenção passa pelo autocuidado, apesar de ser comum a mulher, após o parto, dedicar-se integralmente ao filho. Porém, ela não pode esquecer de valorizar seu próprio tempo e diminuir o anseio dar conta de tudo. Ter uma rede de apoio para ajudar com as tarefas e cuidado com a criança, é fundamental. Buscar ampliar seus relacionamentos e rede social para fora do universo materno também ajuda - e muito - a discutir assuntos que não sejam apenas fraldas e mamadeiras. Além disso, algumas recomendações podem ser valiosas no controle da exaustão mental, como: buscar alívio em momentos de silêncio e calmaria; ser benevolente consigo mesma; e jamais deixar de se cuidar e se auto dedicar amor.
Enfim, cada um pode ajudar fazendo sua parte e contribuindo para o equilíbrio e leveza na vida de uma mãe/mulher. É muito importante identificar o Burnout materno logo no início da manifestação dos sintomas para que seja feita uma alteração da rotina dessa mãe. As pessoas do ciclo de relacionamento da mulher também devem exercitar o olhar para ofertar apoio necessário, seja evitando visitas em horários críticos ou, ao visitar, ajudar em alguma atividade e, se tiver intimidade, oferecer-se para segurar a criança enquanto ela possa tomar um banho mais tranquilo ou dormir um pouco. Principalmente, não ficar tentando competir para ver quem está mais cansada ou ficar indagando sobre os motivos do cansaço. Ou seja, o bom senso e a sensibilidade ajudam muito a não ativar a exaustão materna.