A osteoporose atinge atualmente cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) garante que 15 milhões ainda estariam propensos a apresentar o problema, que pode chegar aos 18 milhões até 2020. Esses dados alarmantes podem estar diretamente ligados ao fato a deficiência no consumo de cálcio
O corpo absorve e substitui o tecido ósseo constantemente. Na osteoporose com a falta de cálcio, a nova criação óssea não acompanha a remoção da camada anterior, causando o enfraquecimento e futuramente fraturas, além de dores crônicas. De acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), o brasileiro em média ingere 505mg de cálcio por dia, metade dos 1000mg recomendados.
É preciso mais estudos sobre o tema no país
De acordo com a Dra. Claudia Brazão, coordenadora do setor de exames de osteoporose do Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher (Cepem), no Rio, é preciso que a investigação da doença tenha mais atenção no país e aconteça precocemente, principalmente nas mulheres. Um estudo no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) revelou que três em cada quatro idosos com fratura ignoram ter osteoporose. Por lá, 330 pacientes internados com fratura de fêmur causada por fragilidade óssea foram ouvidos. Desses, só 24% disseram saber ter a doença e apenas 8% afirmaram estar em tratamento. "Homens e mulheres são acometidos pela osteoporose, principalmente, ao entrar na fase do envelhecimento, já que após os 40 anos há uma tendência de perda fisiológica da massa óssea. Nas mulheres, essa perda se acelera nos dez anos que cercam a menopausa, portanto, são um grupo de maior risco se comparado aos homens, para os quais os efeitos da perda de massa óssea são mais evidentes após 65 anos", destaca Claudia.
Ela garante que a partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura por osteoporose ao longo da vida. "A prevenção da doença deve ser um objetivo durante toda a vida, pois o esqueleto serve como elemento de sustentação, mas, também, é o reservatório de cálcio e fósforo no organismo, que são elementos essenciais para muitos processos metabólicos", ressalta.
Como identificar a osteoporose
O diagnóstico da osteoporose é obtido por meio do exame de densitometria óssea ou quando ocorre fratura por fragilidade, seja ela do colo do fêmur ou do antebraço. Também existe o exame TBS (Trabecular Bone Score), que é uma aplicação de software que acessa a textura óssea, avaliando e medindo sua qualidade. E o tratamento, segundo Dra. Cláudia, pode incluir várias frentes, dependendo do perfil de cada paciente. "A partir do resultado dos exames, o médico pode optar pelo tratamento medicamentoso, além de suplementação de cálcio e vitamina D", diz. Quando indicada, a reposição hormonal com estrógenos também possui efeito benéfico para o equilíbrio da remodelação óssea, no caso de mulheres na pós-menopausa.
A especialista ressalta, entretanto, que a terapia não medicamentosa tem papel fundamental na prevenção da ocorrência de fraturas por fragilidade relacionada à osteoporose. "Isso inclui a prática rotineira de atividades físicas, a exposição criteriosa ao sol, o controle do ambiente para diminuir os riscos de quedas, a atenção às dificuldades visuais, a adequação da dieta, além do estímulo à prevenção", finaliza.