Marcinho VP está desde 2007 em uma unidade penitenciária federal fora do Rio. Atualmente se encontra no Presídio de Catanduvas (PR).
As informações constam em um despacho da desembargadora Elizabeth Alves de Aguiar, da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio do dia 4 de setembro deste ano.
A magistrada salientou que a permanência de Marcinho VP em presídio federal ainda seria necessária, especialmente no sentido de evitar sua influência nos locais em que atuava (complexos do Alemão e da Penha), somado ao fato de que o retorno do preso acarreta insegurança na população local, que já vive dias de violência urbana, agravado pelo alto nível de sensibilidade na segurança pública nas regiões de influência dele.
"Não restam dúvidas quanto à atuação do preso no seio da facção criminosa autodenominada “Comando Vermelho”, não só pelos relatos trazidos pela antiga Secretaria de Segurança, mas por todo o histórico que envolve o detento, no que consiste as condenações já impostas. A área de domínio do apenado está em constante conflito, não havendo após a sua prisão uma pacífica transição para período mais calmo, revelando, portanto, uma preocupação das autoridades com a influência do preso com o tráfico local, acaso retorne ao Estado do Rio de Janeiro", dizem os autos.
A extinta Secretaria de Segurança já havia alertado o DEPEN e a Justiça de que Márcio ainda exerce posição de liderança na facção – mantida enquanto encarcerado no Sistema Penitenciário Federal, com expressiva influência sobre a massa carcerária.
"Segundo o extrato de inteligência produzido pela antiga Secretaria de Segurança Pública, “... Marcio dos Santos Nepomuceno também conhecido como “Marcinho VP”, compõe a mais alta cúpula da organização criminosa vulgarmente conhecida como CV”. Atribui-se ao apenado a influência em diversos episódios de violência e desordem pública na Cidade do Rio de Janeiro, juntamente como 16 outras lideranças"
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciário também oficiou pela permanência do apenado em unidade prisional federal, ao fundamento que “tal atitude dificultará possíveis articulações intramuros, e, por conseguinte, o fluxo de ordens emanadas do interior das unidades prisionais para comparsas extramuros, além de contribuir para a manutenção da ordem e segurança pública.
A defesa de Marcinho vem se manifestando pelo seu retorno ao Estado do Rio de Janeiro, alegando a ausência de novos fatos que justificassem a sua manutenção no Sistema Prisional Federal. Chegou a pedir também para ter direito a receber visitas com contato físico na prisão mas o Supremo Tribunal Federal negou. Segundo o que já foi divulgado, seus advogados sustentam que Marcinho tem bom comportamento na prisão e participa de atividades de ressocialização, como resenhas de livros e cursos educacionais.
Um dos maiores movimentos de greve de fome ocorreu em 2017 quando alguns detentos de Catanduvas chegaram a passar mal. Desta vez, presos de unidades estaduais fizeram o protesto em solidariedade aos prisioneiros federais que estavam sendo submetidos ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
A outra que ganhou páginas de jornais foi em 2007. Na ocasião, os presos reclamavam da comida, do atendimento médico, do extravio e violação de correspondências, e também dos dias de visita.
