Representantes das Escolas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro afirmaram, nesta quarta-feira (06/11), em audiência pública da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que não foi firmado convênio com a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) para a criação de escolas cívico-militares. De acordo com o presidente da comissão, deputado Flávio Serafini (PSol), o governo federal apresentou o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares, mas o Estado do Rio não aderiu, pois teria seu próprio modelo. "A Seeduc anuncia medidas e não diz publicamente como vai funcionar. Ela precisa dar publicidade às suas ações", comentou o parlamentar.
Serafini lamentou a ausência de representantes da Pasta para que a comissão da Alerj pudesse conhecer a proposição. "É algo que nos preocupa muito porque tenho dúvidas e questionamentos com relação a esse modelo. Sabemos que a escola pública tem muitos problemas e que a maioria deles passa por falta de investimentos. O processo de militarização das escolas não pode ser a resposta para acabar com esses problemas. Vamos cobrar para que a Seeduc dê consistência às suas iniciativas", disse o deputado.
Escolas militares do Estado focam filhos de integrantes da corporação e têm proposta pedagógica distinta
O Estado já conta com três colégios da Polícia Militar, localizados em Niterói, Campo Grande e Duque de Caxias. De acordo com a diretora da unidade de Niterói, a tenente-coronel Simone Duque Romeu, a proposta pedagógica, o corpo docente e os demais profissionais da escola estão subordinados à corporação. "As escolas atendem a 400 alunos, que são dependentes de policiais militares e, no momento, não há previsão de abertura de nenhuma outra unidade", disse.
Já o diretor geral de ensino e instrução do Corpo de Bombeiros (CBMERJ), coronel Ricardo Macedo, informou que a docência das duas escolas da corporação está a cargo da Seeduc, mas que isso não significa que a escola seja cívico-militar. "As unidades que começaram a funcionar em abril deste ano são escolas militares, com corpo docente, em sua maioria da Seeduc, mas a direção e a administração são do Corpo de Bombeiros. O governo não apresentou nenhum modelo de escola cívico-militar à corporação", ressaltou.