Um vendedor de balas acusado de ser X9 acabou morto no "microondas" (com gasolina e pneus) por traficantes da Favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.
O crime ocorreu em 25 de maio e já teve repercussão na mídia. Entretanto, o processo a que os acusados do crime respondem na Justiça trazem detalhes inéditos sobre o caso.
No dia do caso, Pablo Honorato Pinto, de apenas 19 anos, foi até ao Batan receber o pagamento por uma venda. Quando passava em frente da Praça Mauro de Vasconcelos foi surpreendido por cinco bandidos, dois em uma moto (Indiozinho e Jô) e três em um carro (Nariz, Sacolão, Bebê e Xuxa).
Todos desceram dos veículos e começaram a espancar o rapaz e sob gritos com os dizeres: ´...X9, X9, X9...´ (sic), colocaram à vítima no interior do porta malas do automóvel e seguiram na direção da Rua Nilo Murtinho Braga, área localizada no interior do Batan.
Contando com o apoio e participação dos acusados Jhoninho e Magno, os bandidos colocaram Pablo dentro de um pneu e segurando um facão começaram a torturá-lo dizendo que iriam matá-lo para servir de exemplo aos moradores da comunidade, além de filmar as cenas, causando-lhe durante um longo período intenso sofrimento mental.
Em seguida, utilizando de substância inflamável, os criminosos ceifaram a vida do vendedor de balas ateando fogo em seu corpo, e levaram o cadáver da vítima até um cemitério clandestino situado no Campo de Gericinó, onde pretendendo a impunidade do delito do homicídio ocultaram os restos mortais de Pablo, abandonando-os, em local ermo, de difícil acesso, desprovido de iluminação, formado por um terreno cheio de irregularidades.
Pablo foi morto por motivo torpe e vingança. Foi executado sumariamente em razão dos acusados suspeitarem que ele estivesse na localidade para obter e fornecer informações da comunidade do Batanzinho, situada no entorno da localidade dos fatos.
Passados seis meses do crime, nenhum dos denunciados foi preso mas alguns cúmplices foram para a cadeia.
Há informações de que os assassinos já teriam se debandado para o lado da milícia.
O chefe da quadrilha é o bandido Nariz (Rafael da Silva Torres) que responde a outro processo por homicídio. É acusado de envolvimento na morte de Daniel Gomes de Amorim, executado em 14 de março por disparos de arma de fogo no quintal de sua residência por não querer retornar a fazer parte do tráfico de drogas na região.
Nariz também responde a um processo acusado de tentar corromper policiais em 2017.