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MP da discórdia

MP da Carteira Verde e Amarela é alvo de críticas em Audiência Pública na Câmara

Deputados e entidades defendem a devolução da MP 905/19 e criticam a precarização do trabalho


Foto: Marcelo Camargo/Agência Câmara

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados realizou audiência pública nesta quarta-feira (11) para debater a Medida Provisória 905/2019 que precariza as condições de trabalho sob o pretexto de ampliar condições de emprego para jovens com a criação do Contrato Verde e Amarelo.

Entre as medidas propostas pela MP 905/19 estão a alteração da carga horária de bancários de 6 para 8 h diárias, aplicação de desconto do INSS no salário desemprego e a extinção de registro profissional de jornalistas, radialistas, publicitários, entre outras 11 profissões.

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, defende a medida. Para ele, a MP 905/19 facilita a empregabilidade de jovens, extingue a multa de 10% do FGTS e reduz o custo do empregador em 30%:

“Queremos também criar dentro da sociedade um sentimento de que o processo de desoneração da folha melhora a produtividade do trabalhador e estimula o aumento de contratações formais”, disse o secretário Rogério Marinho.

Críticas à MP 905/19

Entre os que se manifestaram contra a MP 905/19, o procurador do Trabalho e Secretário de Relações Institucionais do Ministério Público do Trabalho, Márcio Amazonas de Andrade, disse que a iniciativa é inconstitucional e elaborada de modo errado:


“Além de não ter a relevância e a urgência, a MP altera questões de direito processual, o que é vedado pela Constituição. Precisamos ter claro um movimento, a MP 905 é uma nova reforma trabalhista, porque pretende alterar mais de 135 dispositivos da CLT”, disse.


A diretora de Assuntos Legislativos da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Viviane Leite também fez críticas à medida:


“A redução da multa é mais uma forma de precarizar a manutenção do emprego. A gente fala que quer criar mais emprego, mas ao mesmo tempo tem uma MP que precariza esse emprego na medida em que com a redução da multa o empregador terá mais facilidade de proceder o desligamento de trabalhadores”, disse Viviane Leite.


O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rodrigo Rodrigues, rebateu as declarações favoráveis à MP 905/19. Uma delas cita os desempregados que buscam soluções de trabalho em aplicativos de corrida como Uber, o que na opinião do dirigente, confirma a precarização do trabalho:


“Coloca-se nas costas dos mais atingidos pela problemática do desemprego no país o custo de pagar esse projeto, com os desempregados sendo taxados para financiar a empregabilidade. Precisamos fazer uma discussão de que forma vamos dinamizar a economia e fazer o Brasil voltar a crescer, mas isso não pode ser às custas de colocar para os trabalhadores uma situação de maior precarização dos nossos direitos”, argumentou Rodrigo Rodrigues.

Câmara dos Deputados alteração da carga extinção de registro profissional

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