Durante o mês do Novembro Azul, a conscientização sobre a saúde do homem vai além do câncer de próstata e inclui também outros aspectos da saúde masculina, como o cuidado com a coluna vertebral. Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aponta que 46% dos homens só vão ao médico quando sentem alguma dor ou desconforto. Problemas como a Espondilite Anquilosante, uma condição inflamatória que afeta três vezes mais os homens que as mulheres, podem comprometer seriamente a qualidade de vida se não forem diagnosticados e tratados precocemente. Hérnia de disco, estenose espinhal e estiramento muscular são outras condições da coluna que afetam mais os homens que as mulheres e que merecem atenção.
O ortopedista e especialista em coluna Juan Aquino explica que é crucial que os homens fiquem atentos a dores, rigidez ou desconforto na coluna que causa alguma limitação, e procurem logo um especialista. “É preciso lembrar que o autocuidado vai além do exame de próstata. É um compromisso com a saúde integral. O Novembro Azul é uma excelente oportunidade para que os homens se conscientizem da importância de cuidar de todas as partes do corpo, incluindo a coluna”, comenta Aquino.
Na Espondilite Anquilosante, os principais sintomas são dores contínuas na lombar e dorsal, que podem se estender pela coluna inteira ou parte dela, além de dor e inchaço nas articulações dos ombros, joelhos e tornozelos, muitas vezes associada a lesões reumáticas. “Outros sintomas frequentes são dor e rigidez no quadril e nas articulações entre a pelve e a coluna, além da dificuldade para expandir completamente o tórax, causando limitações até mesmo para respirar fundo”, pontua Juan Aquino, que é membro das Sociedades de Colunas no Brasil (SBC), nos Estados Unidos (NASS), na Europa (Eurospine) e no mundo (AO Spine).
O tratamento precoce é crucial, especialmente quando falamos da Espondilite Anquilosante, pois é uma doença crônica, que não tem cura, mas que, com tratamento, é possível desacelerar sua progressão, aliviando a dor e a rigidez na coluna, além de evitar o surgimento de complicações e deformidades futuras. “A intervenção rápida pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e ajudar a manter a mobilidade ao longo do tempo.” acrescenta Aquino.
Aumento da hérnia de disco entre homens
Já a hérnia de disco, de acordo com dados da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, é mais comum entre homens com idades entre 20 e 50 anos. Os sintomas incluem dores, fisgadas e falta de força nos membros. “O aumento da prevalência da hérnia de disco entre os homens pode ser atribuído a vários fatores, incluindo hábitos de vida não saudáveis, como obesidade, tabagismo e má postura. Além disso, a prática de atividades físicas sem o devido repouso pode agravar a situação", afirma o especialista.
Já a Estenose Espinhal é uma das condições mais frequentes que afetam a coluna vertebral, especialmente em homens com mais de 50 anos. Essa condição resulta do envelhecimento natural da coluna, que pode ocorrer em diferentes graus, provocando alterações na coluna vertebral que podem levar à compressão da medula espinhal e das raízes nervosas. Essas compressões podem resultar em sintomas como dor, fraqueza e limitações de movimento, afetando consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes. “É fundamental que os homens nessa faixa etária estejam atentos a qualquer sinal de desconforto nas costas e busquem avaliação médica para um diagnóstico precoce e um tratamento adequado”, reforça Aquino.
Dentre as medidas preventivas para a saúde da coluna, o ortopedista destaca:
* Prática regular de exercícios físicos aeróbicos e de fortalecimento do corpo;
* Fortalecimento da musculatura do CORE (abdômen, lombar e laterais)
* Manutenção de uma postura adequada
* Manutenção do peso
O médico ressalta que exercícios inadequados podem agravar problemas nas costas. Portanto, é preciso passar por avaliação médica e com um profissional de educação física para indicação correta dos exercícios. “Com a abordagem preventiva, o Novembro Azul reforça a necessidade de uma rotina de exercícios e acompanhamento médico, buscando reduzir os impactos das doenças de coluna que, se negligenciadas, podem levar a complicações e limitações severas”, completa o ortopedista, que é especialista em Cirurgia da Coluna pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).