A atriz Mirian Panzer apresenta os solos teatrais "Eu Não Sei Como Tudo Começou", de Adriano Moura, e "O Blá Blá Blá", de Eugênio Soares, ambos sob a direção de José Sisneiros, em curtíssima temporada, no Teatro de Arena da Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso 25 – Centro) de 3ª a sábado, sempre as 19h, de hoje (14) a 25 de janeiro
Os espetáculos alertam para prevenção e cuidados com a saúde mental, assunto tão atual com a dinâmica do dia a dia do mundo moderno, com interpretação única.
"Eu Não Sei Como Tudo Começou"
"Eu Não Sei Como Tudo Começou" terá apresentações às 3as e 4ªs feiras, 19h, nos dias 14, 15, 21 e 22/01, abordando a relação aluno/professor, a violência vivida dentro de sala de aula e o que isso pode desencadear na vida dos profissionais de educação.
Sinais de Bullying, violência e questionamentos sobre o modelo de educação são mostrados quando quatro professoras prestam depoimento ao psiquiatra sobre os motivos "sãos" que as enlouqueceram.
A violência tem se agravado e assumido diversas formas de expressão nas escolas. Nos dias de hoje, deparamo-nos com facetas mais evidentes e outras mais sutis.
Existem também casos de violência simbólica que ocorrem o tempo todo: o bullying é apenas um exemplo disso, além de episódios com armas, agressões físicas e casos de abuso.
Uma pesquisa feita em 2015 pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) apontou que 44% dos docentes que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão. Entre as agressões que 84% dos professores afirmam já ter presenciado, 74% falam em agressão verbal, 60% em bullying, 53% em vandalismo e 52% em agressão física.
A violência contra professores se caracteriza como um fenômeno mundial, e tem sido alvo de estudos em diferentes países. Isso demonstra que esta classe tem estado vulnerável aos diferentes tipos de violências que podem ocorrer de várias formas: física, emocional, intelectual, financeira e psicológica. Mas, nesse contexto, a peça fala de ambas as violências, tanto do aluno para com o profissional de ensino e suas complicações, bem como do professor que já não mais suportando e acaba por também agir com violência com relação ao aluno.
As experiências que se vivem dentro da sala de aula são significativas e importantes na vida de crianças e adolescentes e muitas das coisas que acontecem nesta etapa são lembradas durante toda a vida.
"O Blá Blá Blá"
"O Blá Blá Blá" terá apresentações de 5ª a sábado, 19h, nos dias 16, 17, 18 e 23, 24 e 25/01, mostrando uma mulher que vive intensamente em busca do prazer e da felicidade a qualquer preço.
O espetáculo fala sobre o ser humano, suas necessidades, seus desejos e conflitos num mundo sob pressão.
Fala também das pressões da vida e o quanto somos obrigados a sermos felizes o tempo todo.
Quem assistiu nos cinemas "O Coringa", de Joaquin Phoenix, perceberá o paralelo entre o personagem do filme e essa mulher do espetáculo.
"No palco a atriz Mirian Panzer desabafa com a plateia as venturas e desventuras amorosas da personagem, dirigindo-se continuamente ao público indagando sobre vários assuntos mas sem deixar ninguém responder aos seus questionamentos. O espetáculo começa com um músico sob um foco de luz baixa tocando diversas músicas no estilo country em diferentes gaitas. O cenário é composto por uma mesa de bar e quatro cadeiras. A atriz entra em cena como se estivesse chegando da rua com duas bolsas grandes, das quais ela tira vários objetos e roupas que vai trocando durante o solilóquio e a situação que ela está descrevendo e vivenciando na memória. O tempo todo de sua interpretação, ela caminha pelo tablado e se senta nas cadeiras. Esse movimento ininterrupto somado à verborragia desenfreada e sua inquietude compõem o modus operandi dramático de se mostrar o texto. Durante a encenação, uma surpresa: a atriz 'paga' uma rodada de cerveja para a plateia, momento em que uma auxiliar passa com uma bandeja oferecendo gratuitamente uma lata de cerveja. Dramaturgia com texto enxuto e ótima interpretação que vale a pena conferir", comentou o espectador Júlio César Farias em uma de suas apresentações no Teatro Café Pequeno, no Leblon.
Visão da atriz
Segundo a atriz Mirian Pranzer, apesar dos dois espetáculos tratarem de um tema tão sério, como a saúde mental, eles também apresentam situações cômicas, como na vida.
"Esse momento em que vivemos, com tantas pressões psíquicas e sociais, é o ideal pra levantarmos, no palco, aberto ao público, questões tão necessárias como o suicídio, o bullying, a violência psicológica que vivemos e sofremos no dia a dia: o caos social, a escassez de criatividade, a crise mundial, e psíquica, o consumismo exacerbado, a indução e o apelo midiático, preconceito, as polaridades. Tudo isso que pode nos enlouquecer", acredita a atriz, que também é psicóloga e produtor das peças.
Debates
Após as sessões, haverá debates com a participação de profissionais convidados da área da saúde e educação. "Espera-se criar um espaço de reflexão, ampliando o olhar sobre a questão saúde mental", revela Mirian.
Desde suas estreias, respectivamente em 2016 e 2014, os solos teatrais já passaram por São Paulo e Santa Catarina, além do Rio. Mirian Panzer recebeu o prêmio ANCEC 2018 por seu empreendedorismo na arte. José Sisneiros, que dirige as peças, recebeu o prêmio SHELL 2005 pelo espetáculo "O Auto do Ururau".
Serviço
EU NÃO SEI COMO TUDO COMEÇOU
Texto de Adriano Moura
Direção: José Sisneiros
Espetáculo solo com a atriz Mirian Panzer
Duração: 50 minutos
Bate papo: 40 minutos
Terças e Quartas Feiras 19h.
Dias 14, 15, 21 e 22 de janeiro/2020.
O BLÁ BLÁ BLÁ
Texto de Eugênio Soares
Direção de José Sisneiros
Espetáculo solo com a atriz Mirian Panzer
Duração: 50 minutos
Bate papo: 40 minutos
Quintas, Sextas e Sábados 19h.
Dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de janeiro/2020.
Local: Teatro de Arena da CAIXA Cultural Rio de Janeiro.
Avenida Almirante Barroso, 25, Centro - Metrô e VLT: Estação Carioca
Informações: (21) 3980-3815
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia
Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 13h às 20h
Capacidade: 176 lugares (mais 3 para cadeirantes)
Classificação Indicativa: 14 anos
Acesso para pessoas com deficiência