A Anistia Internacional lançou nas redes sociais um vídeo em que oito mães contam a relação de solidariedade e do vínculo afetivo que construíram com a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros na noite do dia 14 de março deste ano no Rio Comprido, junto com o motorista Anderson Gomes. As imagens vão ao ar nesta semana em que a psolista completaria 39 anos de idade. O vídeo foi apresentado na última quarta-feira, Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, de Tereza Benguela e da Mulher Negra no Brasil.
As mulheres que deram depoimento tiveram seus filhos também assassinados e receberam apoio de Marielle, que era defensora dos direitos humanos, principalmente das pessoas mais pobres e minorias. As mães se colocaram do lado de Marinete da Silva, mãe da vereadora, na pressão pela solução do caso. Antes de entrar na política, Marielle já tinha um longo caminho de dedicação à defesa dos direitos humanos.
"Você não está sozinha" - Ana Paula Gomes de Oliveira não acreditou quando recebeu um telefonema de Marielle no dia 14 de maio de 2014, quando o filho dela, Johnatha, foi assassinado por um policial da Unidade Pacificadora de Manguinhos, na Zona Norte do Rio. "Foi a primeira ligação que eu recebi. "Eu sou a Marielle, você não me conhece, mas soube o que aconteceu com o seu filho. Quero dizer que você não está sozinha", lembrou uma das que deram depoimento no vídeo.
Débora Maria da Silva, mãe de Edson Rogério, também contou como conheceu a ativista de direitos humanos. "Eu conheci a Marielle na militância como essas mães. Ela gritava: Mãe! Ela não me chamava de Débora. Ela me chamava de Mãe de Maio", relatou a mãe de Edson Rogério, gari de 29 anos, morto em 15 de maio de 2006 após revista policial em São Vicente, litoral de São Paulo.
Fátima da Silva, mãe de Hugo Leonardo Silva, morto aos 33 anos, por policiais em 17 de abril de 2012, na localidade conhecida como "199", na comunidade da Rocinha, Zona Sul do Rio, também recebeu apoio de Marielle. "Ela pegou a minha mão e falou assim: "Senta de volta lá no seu lugar e fale tudo o que tem para falar olhando nos olhos de todos eles. Não abaixe a cabeça", recorda. Hugo trabalhava carregando material de construção, era casado e pai de dois filhos.
No vídeo, as mães aparecem de cabeça erguida, pressionando por justiça. Todas seguram um cartaz questionando: "Quem matou Marielle Franco?". A pergunta que não quer calar há mais de quatro meses.
O vídeo pode ser acessado nos seguintes canais:
Facebook:http://www.facebook.com/anistiainternacionalbrasil/videos/2213681995343176/
YouTube:http://youtu.be/LlRkLz9lR9s
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