A péssima qualidade da água da Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro vem preocupando pais, alunos e professores das unidades de educação pública da cidade do Rio de Janeiro. A água com cheiro ruim e gosto de terra, vinda da central de abastecimento do Rio Guandu e causada pela presença da enzima geosmina, tem gerado grande procura por água mineral na cidade, além de preocupação por parte dos pais quanto à volta às aulas de seus filhos. Nesta terça (04), um novo episódio, envolvendo o aparecimento de detergente na água do Rio Guandu, chamou a atenção de vários responsáveis de estudantes da rede municipal de ensino, que se manifestaram nas redes sociais sobre o assunto.
"Olha só minha esposa e eu já entramos em um acordo aqui em casa só vou mandar meus filhos pra escola na segunda feira dia 10/02 pois se meus filhos chegarem a adoecer com essa água nenhum dos responsáveis da prefeitura e da Cedae vão me ajudar a comprar medicamentos, então vou esperar pelo menos melhorar essa água", disse um pai em uma rede social.
"E na quinta vão fazer o que com a água dos bebedouros que estão com gosto de barro. Na minha opinião as aulas tinham que voltar só depois do carnaval enquanto a CEDAE n resolver esse problema cd dia ficar pior e a saúde dos nossos filhos", questionou uma mãe.
A CEDAE afirma que a água está própria para consumo humano, e especialistas vêm recomendando a higienização das caixas de água e o uso de água mineral para beber.
O Portal Eu, Rio, após questionamentos de vários pais e educadores sobre a qualidade da água na cidade do Rio de Janeiro, entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação, a Secretaria Municipal de Educação e com a Secretaria de Ciência e Tecnologia para saber quais medidas estão sendo tomadas para prevenir que crianças e jovens não tenham problemas de saúde devido à água da Cedae.
A Secretaria Estadual de Educação informou, através de nota, que "determinou, por comunicado interno, a todas as unidades que realizem limpeza de seus sistemas internos - caixas d"água, cisternas e filtros - antes do início do ano letivo, no dia 10 de fevereiro."
Já a Secretaria Municipal de Educação, ligada à Prefeitura do Rio, disse em nota que "tem toda preocupação com o assunto e toma cuidados preventivos em relação à água para os alunos beberem:
. Antes de mais nada, é feito um trabalho preventivo em parceria com a Vigilância Sanitária;
. As cisternas das unidades estão passando por novas limpezas, como reforço;
. Os alunos consomem água filtrada sempre;
. E as escolas estão abastecidas com água mineral para o caso de necessidade."
A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, foi procurada por nossa redação, mas não se pronunciou sobre o caso.
Município suspende as aulas após Cedae fechar a água temporariamente
A Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro interrompeu o abastecimento de água por algumas horas nesta terça (04) para investigar a razão do aparecimento de espuma de detergente na Estação de Tratamento do Guandu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Com a suspensão no fornecimento da água, várias escolas municipais da Prefeitura do Rio estão sem água. A Secretaria Municipal de Educação emitiu um comunicado adiando para a quinta-feira o início das aulas.
"Em função de novo problema no abastecimento de água na cidade, desta vez causada pela interrupção do funcionamento da Estação de Tratamento de Guandu pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que comunicou ter identificado a presença de surfactantes (detergentes) na água, a Secretaria Municipal de Educação decidiu adiar o início do ano letivo 2020 para a próxima quinta-feira, dia 6/2, já que muitas escolas estão sem água", dizia o comunicado à imprensa.