Na próxima quarta-feira (19), a rede de supermercados Guanabara deve se reunir novamente com o Sindicato de Comerciários do Rio de Janeiro (SECRJ) para apresentar mais uma proposta sobre a situação dos trabalhadores da empresa. Na última terça-feira (11), representantes da rede se reuniram com o sindicato e anunciaram o recuo na decisão que demitiria cerca de quatro mil empregados. Na ocasião, o Guanabara também apresentou novas alternativas e desistiu da jornada intermitente, bem como do banco de horas.
Segundo o SECRJ, o supermercado ainda ofereceu o pagamento adicional de R$ 50 para a diária nos feriados e R$ 45 para os domingos. Além disso, comentou sobre a implementação da escala 12x36.
Para Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, houve um avanço nas negociações.
"Por um lado tivemos avanço, pois preservamos a maior parte dos empregos e o Guanabara recuou da proposta da jornada intermitente e do banco de horas, que penalizam os comerciários. Por outro lado, ainda é insuficiente e não atende ao desejo dos trabalhadores. Esperamos que na próxima reunião o supermercado possa trazer uma proposta melhor, que avance", afirmou.
Ele ainda ressaltou que o sindicato está lutando para evitar a desqualificação dos trabalhadores.
"Estamos atualmente em um cenário no nosso país que cada vez mais nos deparamos com medidas que desqualificam os trabalhadores, removendo os seus direitos, além da alta taxa de desemprego e da informalidade, conforme os recentes dados divulgados. Nossa luta é para manter os empregos e defender os direitos dos comerciários", disse o presidente.
Vale relembrar que a discussão sobre o assunto começou quando a rede anunciou o fechamento dos estabelecimentos aos domingos. Com isso, a hipótese de demissão de 3.500 a 4 mil funcionários se tornou uma realidade. Diante da ameaça, o SCRJ participou de um encontro na Delegacia Regional do Trabalho que contou com a participação da empresa. Desde então, o sindicato se posicionou contra às mudanças de jornada que não estivessem previstas na convenção coletiva.
O risco da demissão em massa ainda veio acompanhado do corte de 100% do adicional para aqueles que trabalhavam nos feriados. A decisão somente foi comunicada no pagamento dos salários e pegou de surpresa quem utilizava os extras na complementação dos ganhos mensais.
É importante destacar que essa gratificação deixou de ser obrigatória em 2017, no governo Temer. Na época, um decreto determinou que os supermercados deveriam ser considerados como um serviço essencial. Desse modo, domingos e feriados acabaram se tornando dias comuns de trabalho. Depois disso, apenas algumas redes continuaram pagando o valor e o Guanabara estava entre eles.
A reportagem do portal Eu,Rio! procurou a assessoria do Guanabara para confirmar as informações do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.