O governador Wilson Witzel afastou, neste sábado (11), o subsecretário-executivo Gabriell Neves, após denúncias envolvendo o gasto de 1 bilhão em contratos emergenciais na saúde. Segundo o deputado estadual Doutor Serginho (PSL), o subsecretário teria comprado respiradores, máscaras e testes rápidos por um valor acima do mercado e contratado o serviço de SAMU de Oss sem licitação.
"Não obstante, abusou da Lei Federal 13979/2020, que permite a dispensa de licitação na 'aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus' e adquiriu equipamentos hospitalares em valores muito acima dos preços médios de mercado, comprando de uma empresa que sequer é do ramo de comércio de aparelhos hospitalares, mas sim de venda de equipamentos de informática", disse o deputado no pedido de CPI entregue na ALERJ.
Com as denúncias apresentadas, o governador do Rio decidiu abrir uma auditoria externa para investigar as possíveis irregularidades cometidas na Secretaria.
Na semana passada a subsecretária de Gestão da Atenção Integral à Saúde, Mariana Tomasi Scardua, teria sido exonerada da pasta por causa de divergências administrativas com Gabriell Neves pelo controle de gastos da área. A subsecretária era a responsável por administrar os recursos de Atenção Integral e fiscalização de contratos e foi perdendo atribuições para o subsecretário-executivo.
Com a organização social OZZ Saúde Eireli, a Secretaria teria pago R$ 76,5 milhões para a gestão do SAMU e para o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) cerca de R$ 836 milhões.
O Iabas, inclusive, está proibido de fazer contratos com a Prefeitura do Rio por 2 anos, já que a Oss está envolvida em desvio de valores e superfaturamento de contratos na administração das UPAs de Costa Barros e Madureira.