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O que o futuro reserva para o handebol no Rio de Janeiro?

Desafio é fazer com que a modalidade cresça após o fim do campeonato estadual

Por Gabriel Gontijo em 03/08/2018 às 10:08:42

Foto: Pixabay

No último domingo de julho, dia 29, a Arena Carioca 3 recebeu as finais do Campeonato Estadual de Handebol masculino e feminino nas categorias infantil, juvenil e adulto. Mais do que uma decisão da modalidade, os jogos representaram um sinal que o esporte está reagindo no Rio. A questão é saber o que o futuro reserva para times e atletas.

Integrante da seleção brasileira feminina júnior, o técnico Ruy Sanches afirmou que a modalidade seria mais atraente se os quatro grandes clubes cariocas (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco) fizessem parcerias. Já a ex-atleta Aline Chicória argumentou que é necessário ter um planejamento para isso.

"Se hoje nós tivéssemos alguma possibilidade de fazer com que isso mudasse, seria com os clubes de futebol apoiarem os esportes amadores. Então pra desenvolver, teria que ter esse apoio, mas qual seria a contrapartida oferecida para eles? Se não pararmos pra planejar isso, será difícil encontrar algum apoio", disse Aline.

Situação atual da FHERJ

A entidade que administra o handebol no estado é a Federação de Handebol do Estado do Rio (FHERJ). O campeonato de 2018 representou o retorno de uma competição oficial após dois anos. Sincero, o atual presidente da entidade, Emerson Callado, falou como a atual direção encontrou a FHERJ.

"Encontramos uma federação com contas bloqueadas, sem site oficial, sem dinheiro em caixa e sem sede própria. A atual gestão sabia de tudo isso e todos atuam de forma voluntária para reconstruir a entidade. Apesar de tudo isso, conseguimos realizar não só o campeonato estadual de diversas categorias, como fizemos o acampamento regional".

A respeito das dívidas, Callado disse que nem as antigas administrações da entidade realizaram algum tipo de auditoria para saber o total dos débitos. Com a ajuda do atual departamento jurídico da federação, o presidente falou de que maneira a FHERJ pode recuperar sua saúde financeira.

"Essa questão das dívidas é uma verdadeira caixa-preta. O nosso departamento jurídico tem feito um levantamento de dívida tanto no estado do Rio como na Receita Federal. Nossa conta foi bloqueada por causa de uma dívida e ninguém sabe o atual valor. A certidão do estado já saiu e, pelo menos lá, tivemos a resposta que não há débitos".

Ele também falou que a situação chegou ao ponto de terem atletas e dirigentes não serem mais federados e nem haver registros de competições e partidas. Ainda de acordo com o presidente da FHERJ, os eventos e competições recentes têm ajudado na construção de um caixa para a federação.

Investimento no handebol desde a escola

De acordo com Ruy Sanches é importante se investir no handebol desde a escola. Ele também salientou que é necessário acontecer uma aproximação entre a federação e os alunos.

"O handebol é um esporte escolar, tanto que tem várias escolas que competem como clubes. Nós temos muitos atletas que não conseguem jogar uma competição da FHERJ porque a federação esteve muito distante da escola. Mas a atual gestão se aproximou muito e as coisas estão começando a acontecer", afirmou.

Um exemplo disso é a atual pivô da seleção feminina principal, Lígia Costa. Descoberta em um projeto de uma escola pública de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, ela citou ser necessário a continuidade desse tipo de iniciativa.

"Existem muitos projetos bons, mas muitas vezes a falta de investimento faz com que muitos projetos não continuem. É necessário melhorar a visibilidade e investimento para que o handebol seja mais valorizado", argumentou a atleta.

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