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Saída de emergência

Governo do Estado assume leitos de Caxias para Covid-19

Grupos privados pedem um mês para assumir, e Iabas adia de novo abertura de Hospital de Campanha na cidade


Transferência da gestão de ala do Moacyr do Carmo busca compensar atraso no Hospital de Campanha para a Covid-19 Foto Agência Brasil

O Governo do Estado e a prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fecharam nova parceria para abrir mais leitos para o tratamento de pacientes da covid-19 no estado do Rio. Cinquenta e seis leitos estão sendo disponibilizados para atender a população fluminense no quarto andar do Hospital Municipal DR. Moacyr do Carmo. A ala dedicada a casos do novo coronavírus ficará sob responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde.

- Estou solicitando que o secretário de Saúde, Fernando Ferry, assuma a gestão do andar dedicado ao tratamento de casos da covid-19. Precisamos de mais leitos para começar a abrir a economia gradualmente – destacou o governador.

O anúncio coincide com a admissão pelo grupo de hospitais privados que precisará de pelo menos um mês pra assumir a gestão de seis das unidades de campanha. Uma delas é exatamente a de Caxias, que tinha a inauguração prevista para esta terça, 2/6, depois de cinco adiamentos.

A previsão consta da nota divulgada ao final da reunião de trabalho desta terça-feira entre a OS Iabas e o grupo de investidores privados em Saúde coordenado pelo médico Marcus Quintella, vice-presidente da Associação dos Hospitais Particulares do Estado do Rio.

"Os representantes da iniciativa privada pediram sete dias para analisar os valores da contratação para então definir o formato de ingresso na operação, adiantando também que mesmo na condição de entidades privadas acreditam não ser possível assumirem os hospitais de campanha antes de pelo menos 30 dias, considerando a complexidade exigida pelo projeto do Governo de Estado," informa a nota dvulgada pelo Iabas.

Mesmo com os pagamentos suspensos pelo Tribunal de Contas do Estado, por irregularidades nos contratos firmados com o Estado, a OS Iabas segue como responsável pela conclusão das obras, conforme deixa explícito a nota divulgada pelo Governo do Estado, logo após o primeiro encontro para a transferência da gestão, na segunda-feira, 1º/6:

"A organização social Iabas, no entanto, precisará concluir as obras dos seis hospitais restantes, com supervisão direta da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras, que acompanhará o cumprimento dos cronogramas".

Se houver acordo, o consórcio privado de hospitais ficará encarregado de contratar os profissionais de saúde para a gestão e fazer o atendimento aos pacientes, obedecendo aos valores de tabela já em vigor com o Iabas. Os candidatos a gestores fizeram questão de explicitar que ficarão isentos da responsabilidade de obras físicas e investimentos adicionais:

- A proposta é formar um consórcio para assumir a gestão dos hospitais para o Estado, sem assumir obra física e investimentos. Trata-se de uma proposta de ajudar ao Estado e participar de uma solução para os hospitais de campanha. O foco do governador é resolver o mais rapidamente possível o atendimento à população - explicou Marcus Camargo Quintella, vice-presidente da Associação de Hospitais do Estado do Rio, que estava acompanhado de Guilherme Jaccoud, diretor do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio".

Mesmo com essas ressalvas, a nota do Governo procurava manter o otimismo: "Com a inauguração dos hospitais de campanha de São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Campos e Casimiro de Abreu, o Estado do Rio de Janeiro terá mais 1,3 mil leitos para o atendimento a pacientes de Covid-19". O Plano de Contingência da Covid-19 aprovado em fevereiro previa 1400 novos leitos disponíveis até 30 de abril.

O acordo com a Prefeitura de Duque de Caxias precisa ser analisado dentro desse contexto, da necessidade de uma opção urgente aos problemas com os hospitais de campanha. Daí as críticas severas do deputado Renan Ferreirinha, do PSB, que fez uma visita às unidades de Caxias e Nova Iguaçu. Informou ter encontrado, na prática, não hospitais, mas canteiros de obras, sem leitos instalados, sem equipamentos e sem condições de operação a curto prazo.

O Hospital de Campanha de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, previsto para ser inaugurado na segunda pelo governo do Rio, não tem salas com leitos montados, equipamentos, piso adequado e, em vários trechos, há goteiras, inclusive em cima de sala de leitos, além de armários amontoados. Essa é a avaliação do deputado Renan Ferreirinha (PSB), que vistoriou a unidade na manhã de segunda, 1º/6. É o terceiro hospital de campanha em obra a receber a visita do parlamentar. No últimos dias, Ferreirinha também visitou as obras do hospital de São Gonçalo e do de Nova Iguaçu.

- As goteiras chamam muita atenção. Tem goteira no teto do CTI. Como pode ter goteira dentro de um hospital que iria inaugurar hoje? Esse local está longe de ser um hospital. As salas do CTI e da enfermaria estão sem leitos e equipamentos, o piso está imundo, a iluminação é péssima. O governo do Rio, mais um vezes, prometeu e não cumpriu, enganou a população. As obras do hospital de Caxias estão muito atrasadas - reforça Ferreirinha.



No dia previsto para a inauguração, Hospital de Campanha de Duque de Caxias estava em obras





Acordo entre Governo estadual e Prefeitura busca compensar atrasos na oferta de leitos e UTI's

O diagnóstico de Ferreirinha, fartamente confirmado por imagens, ajuda a explicar o acerto do Governo do Estado com o prefeito Washington Reis, último do Grande Rio a aderir ao isolamento social e primeiro a flexibilizar a quarentena. Pelo compromisso anunciado nesta terça, 2/6, A Secretaria de Saúde atuará na convocação de profissionais de saúde e na compra de materiais. Cinquenta respiradores também serão entregues pelo governo estadual à unidade.

- Estamos estabelecendo uma grande parceria com a cidade de Caxias. Compraremos insumos, medicamentos e equipamentos que por ventura ainda sejam necessários – frisou o secretário estadual de saúde, Fernando Ferry.


De acordo com o prefeito Washington Reis, o Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo fornece toda a estrutura necessária para o tratamento dos casos graves da doença.

-A chave está entregue, governador. Os leitos estão preparados para receber pacientes, temos uma estrutura de alta qualidade – disse Reis.

Hospital São José

No início de maio, o Governo do Estado e a prefeitura de Caxias já haviam fechado outra parceria com a inauguração do Hospital Municipal São José, exclusivo para pacientes de covid-19. A unidade de saúde conta com 128 leitos e atende, atualmente, 62 pacientes com a doença. Entre hoje e quarta-feira, outros pacientes serão transferidos para o hospital por meio do Sistema de Regulação Estadual (SER). Desde a sua abertura, o Hospital Municipal São José já recebeu 253 pacientes e já foram concedidas 113 altas médicas, de internados com covid-19.

Witzel também visitou, em Caxias, a maternidade Santa Cruz da Serra. Em parceria com o Governo do Estado, a unidade será inaugurada em breve e conta com 114 leitos e UTIs neonatal e materna.


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