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Manuela D'Ávila é chamada para vice do PT e abre mão de candidatura própria

Senadora Gleisi Hoffman comemora coligação forte

Por Edir Lima em 06/08/2018 às 15:38:04

(FOTO: Divulgação / PC do B)

O PC do B abriu mão da candidatura própria à presidência em nome da unidade da esquerda e vai apoiar Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, nas eleições de outubro. A decisão foi anunciada pela presidente do partido, Luciana Santos, ao lado da presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), ao final da Convenção Nacional do PT, neste domingo.

A coligação foi formalizada minutos antes do fim do prazo legal para as convenções partidárias. Com isso, o PC do B abriu mão da candidatura e Manoela aceitou o convite de Lula para vice. O registro da chapa será feito no dia 15 de agosto, último prazo legal. A coligação conta ainda com o apoio do PROS e do PCO. O PC do B é o único partido que esteve aliado ao PT em todas as eleições para presidente desde a primeira da redemocratização, em 1989.

De acordo com o site oficial do Partido Comunista do Brasil (PC do B), O Partido dos Trabalhadores (PT) convidou a deputada federal Manuela D'Ávila (PC do B-RS) para vice de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição para a Presidência, em outubro. No site do PT, segue a informação de que a chapa é Lula e Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo.

Preso em Curitiba pela condenação em segunda instância a doze anos e um mês, Lula não pode participar da campanha. A própria candidatura, impedida pela Lei da Ficha Limpa para condenados em segunda instância, depende de o Tribunal Superior Eleitoral ou Supremo Tribunal Federal acolherem um recurso.Por isso, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, correrá o País como representante de Lula. O PT não anunciou o que fará na hipótese de o TSE negar o registro da candidatura, nem aprovou um rito para a eventual substituição.

Reservadamente, contudo, Fernando Haddad e o ex-governador da Bahia e ex-chefe da Casa Civil Jacques Wagner têm sido cogitados como substitutos do ex-presidente. Wagner teria desistido, o que abre caminho para a postulação de Haddad. Lula lidera as pesquisas em que seu nome é incluído, enquanto Wagner e Haddad não ultrapassam 2%.

A esperança do PT é que se repita o fenômeno apontado pela pesquisa da XP Investimentos, ligada ao Itaú, maior gestora de fundos do País: informado aos eleitores o apoio de Lula a seu nome, Haddad pula de 2% a 12%. O patamar coloca o petista em empate técnico com Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). A entrada do PC do B na coligação, abrindo mão da candidatura própria, e o aceno feito por Lula sugerem que a chapa definitiva, em caso de veto judicial incontornável à candidatura de Lula, será composta por Fernando Haddad e Manuela D'Ávila.

Em todas as eleições, à exceção de 1994, ano do Plano Real, o PT teve como vice pessoas de outro partido da coligação. Desta vez, pela incerteza jurídica em torno da possibilidade de Lula concorrer efetivamente, foi feita a opção por Haddad:

"O PT reitera que vamos com Lula até as últimas consequências. Por isso, a ideia é que tenha uma pessoa para vocalizar sua campanha e essa missão seria feita através de um companheiro do PT, que tenha identificação com Lula e que seja seu amigo. Então decidimos junto com o PROS, PCdoB e PCO que o Fernando Haddad é o vice na nossa chapa", anunciou Gleisi.

Haddad, por sua vez, destacou a importância da união da centro-esquerda com a aliança entre PT, PCdoB, PROS e PCO em torno de Lula.

"Fico muito feliz com a unidade em torno dessa figura extraordinária, o maior líder da esquerda que é o presidente Lula. Vamos pela quinta vez junto com o PCdoB e tenho certeza que vamos para um pentacampeonato. Mesmo com toda perseguição Lula só cresce nas pesquisas e vai ser um prazer cruzar o país ao lado de Manu. Agora vamos compatibilizar nossos programas", afirmou.

Haddad e Manuela começam giro pelo País

A partir desta segunda-feira (6/8), Haddad e Manoela percorrem o País, levando a candidatura de Lula. Ao lado de Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, Gleisi afirmou sua expectativa de que o giro leve a candidatura 'a todos os rincões do Brasil'.

" Nós entendemos que a candidatura de Manu cumpriu um papel muito importante na construção dessa unidade para dar sustentação a Lula e a uma aliança do campo progressista e popular. O convite feito por Lula traz uma mulher, jovem com força e vigor. Estamos muito felizes com o convite de Lula ao PCdoB", declarou.

Presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, destacou que a esquerda precisa se unir, sob a liderança de Lula, candidato à Presidência não só pelo PT, mas agora também pelo PCdoB, PROS e PCO, para barrar 'os retrocessos do golpe':

"Precisamos interromper essa agenda anti-povo, anti-nacional que desde o golpe assola o país e promove tantos retrocessos. Por isso, as eleições deste ano ganham uma dimensão extraordinária, pois temos a oportunidade de retomar o projeto popular para o Brasil. Nos 13 anos de Lula e Dilma tivemos o enfrentamento das desigualdades regionais, o Brasil saiu do Mapa do Fome, foram criadas as escolas técnicas, então foi um período virtuoso de inclusão social. Agora, Manu e Haddad vão rodar o país fazendo essa defesa", afirmou Luciana Santos.

Gleisi Hoffman explicou que o anúncio deveria ser formalizado dentro do prazo fixado pela Justiça Eleitoral para não dar margem a contestações judiciais. Segundo ela, a pré-candidatura de Manuela D"Ávila cumpriu papel importantíssimo na construção da unidade formalizada no domingo (5), no acordo unindo o campo progressista e popular na sustentação à candidatura do ex-presidente Lula.

Gleisi Hoffmann também disse que o PT tem carinho, respeito e consideração por Manuela D"Ávila, lembrando que a aliança fortalece a presença da mulher e dos jovens na disputa eleitoral. Ainda segundo a presidente do PT, Manuela D"Ávila reúne força, vigor e determinação. As conversas entre os dois partidos definiram a tática para garantir a manifestação do ex-presidente Lula, além da estratégia de campanha até a regularização da situação judicial da chapa.

No processo, a representação de Lula em debates e comícios caberá ao ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, pela proximidade com Lula e pela identificação com o PT. A decisão foi tomada conjuntamente pelas direções do PT, do PCdoB e do Pros.

De acordo com Gleisi Hoffmann, a pré-campanha da coligação começa forte.

"Fernando Haddad e Manuela D"Ávila vão sair pelo Brasil com uma agenda firme, uma agenda forte, defendendo um programa de governo progressista e popular, que o PCdoB, o PT e o Pros construíram para esse processo. E vamos estar juntos e irmanados também com o apoio do PCO", anunciou.
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