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Otite: comuns no outono e inverno, infecções de ouvido podem diminuir por prevenção à COVID-19

Medidas de prevenção mais rigorosas e menos resfriados podem afetar os índices do problema

Por Portal Eu, Rio! em 18/06/2020 às 06:00:00

Foto: Divulgação

A aproximação do inverno e das baixas temperaturas também coincide com a chegada de gripes, resfriados e até mesmo inflamações no ouvido. Diferentemente das infecções que acontecem durante o verão, a otite média aguda está diretamente relacionada com doenças ou alergias respiratórias típicas das estações mais frias, que favorecem a inflamação da mucosa nasal e da orelha média.

Assim, as orientações contra a COVID-19 tornaram-se fundamentais para evitar a propagação de outras doenças: medidas como a higienização das mãos e das superfícies regularmente, além do uso de máscaras, podem impedir a contaminação por vírus e bactérias comuns da estação. Desta forma, com o cuidado redobrado, o número de infecções das vias aéreas superiores e do ouvido tende a diminuir.

“Já é possível observar uma queda”, afirma Giovana Peruchi, otorrinolaringologista do Hospital IPO. “Com as medidas de prevenção sendo praticadas, a quantidade de pacientes resfriados cai. Freando o número de infecções de vias aéreas superiores, outros problemas como otites também diminuem”, explica Giovana.

Resfriados em queda = menos infecções no ouvido

De acordo com a especialista, a otite média tem relação com resfriados e outras inflamações da mucosa nasal. O tecido que reveste a orelha média é semelhante à que reveste a mucosa na narinal. Assim, quando o nariz sofre uma infecção por vírus ou bactérias, elas podem ascender à orelha média através da tuba auditiva — estrutura que comunica o ouvido com a nasofaringe — causando a otite média.

Dor intensa no ouvido, audição diminuída, otorréia (secreção no canal auditivo) e febre podem ser indícios de otite. Caso o paciente tenha os sintomas, é importante procurar um especialista, uma vez que infecções de ouvido tratadas incorretamente podem ocasionar em graves complicações. “Pode acontecer a perfuração da membrana do tímpano, perda de audição, seja ela parcial ou total, e casos de paralisia facial”, afirma Giovana.

Crianças apresentam maior risco

Ainda que as informações estejam relacionadas com resfriados, as crianças possuem estão mais suscetíveis à otite média, uma vez que possuem estruturas físicas menores. “As crianças têm a tuba auditiva mais curta, o que facilita a disseminação de vírus ou bactérias da cavidade nasal para a orelha média”, explica a especialista.

COVID-19 entra pelo ouvido?

A especialista explica que, mesmo que exista uma perfuração da membrana do tímpano, o ouvido não é uma porta de entrada para o coronavírus. “O coronavírus é transmitido através do contato das gotículas infectadas com as mucosas. A orelha média é bem protegida através da membrana do tímpano e da anatomia da orelha externa. O ouvido não é porta de entrada ao coronavírus”.

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