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Queda para o alto

Demitido do MEC, Weintraub ganhará quatro vezes mais no Banco Mundial: R$ 1,4 milhão/ano

Bolsonaro premiou ministro que ameaçou Supremo com cargo que dispensa sabatina do Congresso para aprovação e paga melhor


Aagora ex-ministro, que será diretor executivo do banco, receberá por ano US$ 258.570, o equivalente a R$ 1,391 milhão Foto Agência Brasil

O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira (18/6) que oficializou a indicação de Abraham Weintraub para o cargo de diretor executivo do grupo de países, conhecido como constituency, que o Brasil lidera no Banco Mundial. A instituição financeira internacional efetua empréstimos a países em desenvolvimento e tem participação em fóruns e organismos internacionais.

Weintraub usou seu estilo aguerrido para anunciar a saída, e provou intensa polêmica nas redes. Apoiadores do presidente sugeriam que ele voltasse em 2022 para receber a faixa presidencial de Bolsonaro, ou em 2026 para receber o Palácio dos Bandeirantes do governador João Dória, desafeto do Planalto. Os críticos recorreram a imagens fortes para saudar a saída do ministro.



A revista Época apurou que agora ex-ministro, que será diretor executivo do banco, receberá por ano US$ 258.570, o equivalente a US$ 21.547 por mês. Em reais, com a cotação de R$ 5,38, isso equivale a R$ 115.922 mensais. Ou, em um ano, R$ 1,391 milhão.

O colunista Guilherme Amado destaca a cereja do bolo, que ajuda a explicar o clima amistoso entre Bolsonaro e Weintraub na despedida, com o mesmo estilo dramatúrgico empregado na saída de Regina Duarte da secretaria de Cultura: "A grana é sem impostos, porque, por ser funcionário internacional, ele não é cobrado pelo IRS, a Receita americana. E tem um baita plano de saúde".




Para o cargo, solução sugerida por Paulo Guedes e acolhida pelo presidente Bolsonaro para contornar o desgaste com o Congresso e o Supremo sem deixar o aliado ao relento, Weintraub não precisará passar por qualquer tipo de sabatina na Câmara ou no Senado. A indicação é privativa da Presidência, para o cargo que já foi ocupado por Pedro Malan e Paulo Nogueira Batista Júnior, entre outros economistas.

A diretoria para o qual Bolsonaro indicou Weintraub, ocupada pelo Brasil na Diretoria Executiva do Branco Mundial é integrada por Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e Panamá. Esses países precisam validar a indicação brasileira para que ela possa ser efetivada. A sede do Banco Mundial fica em Washington, capital dos Estados Unidos.

De acordo com a Economia, pasta de Paulo Guedes, Weintraub, economista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), possui qualificações para o cargo, além de ter sido um dos responsáveis pela elaboração do Plano de Governo de campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Weintraub deixou nesta quinta o Ministério da Educação.



"Com mais de 20 anos de atuação como executivo no mercado financeiro, Weintraub foi economista-chefe e diretor do Banco Votorantim, além de CEO da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities no Estados Unidos e na Inglaterra", informou a assessoria do ministro Paulo Guedes. Segundoa a nota, Weintraub também foi sócio da gestora de fundos Quest Investimentos, integrou o Comitê de Trading da BM&FBovespa, o Comitê de Macroeconomia da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e foi conselheiro da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord).

Essa trajetória foi posta em questão por ninguém menos do que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. As críticas à passagem de Weintraub pelo mercado financeiro se somam aos embates nas comissões temáticas e a presença em inquéritos comandados pelo MPF e pelo Supremo para explicar as razões da saída de Weintraub, derrotado por exemplo na insistência em manter as datas do Enem. O questionamento situa bem também o porquê da opção por um cargo que dispensa o aval parlamentar para sua ocupação.

Maia, que garantiu a vitória às principais pautas financeiras e trabalhistas do governo Bolsonaro, mas ajudou a articular derrotas do Executivo, como a triplicação de valor do Auxílio Emergencial ou o aumento de valor do Plano Mansueto de aporte financeiro a Estados e Municípios, não poupou ironia em entrevista na quinta-feira, dia da demissão de Weinraub:





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