A confirmação das candidaturas e das alianças nas convenções partidárias pouca força teve para alterar a corrida presidencial. Na 12ª Rodada da pesquisa do Ipespe, encomendada pela XP Investimentos, a maior administradora de fundos do País, o candidato do PT,
Luiz Inácio Lula da Silva, segue na liderança, chegando pela primeira vez desde o início da série, em 15 de maio, a 31% das intenções de voto.
A vantagem sobre o segundo colocado, o deputado federal
Jair Bolsonaro (PSL), chega a 12 pontos percentuais. Condenado a 12 anos e nove meses em segunda instância, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula terá de obter decisão judicial contornando as restrições da Lei da Ficha Limpa, ou seu registro será negado.
Por causa da restrição, a pesquisa traça como cenário mais provável aquele em que Lula, preso há quatro meses em Curitiba, é impedido de concorrer. Nessa hipótese, a rodada consolida a tendência revelada nas sondagens anteriores, e a liderança é do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). O levantamento do Ipespe mostra a preferência pelo ex-capitão do Exército oscilando entre 19% e 23%, em quatro diferentes cenários.
A sondagem foi feita por telefone, entre os dias 6 e 8 de agosto, com mil entrevistados em todo o País.
Apoio do Centrão traz tempo de TV, mas não votos a AlckminA conquista do apoio do Centrão (DEM,PP, PSD,Solidariedade, PSC, PR, PRB) e, na semana anterior, do PTB e do PPS tornou a candidatura de
Geraldo Alckmin (PSDB) a maior em tempo de TV.
No cenário mais favorável, sem Lula no páreo, Alckmin alcança os dois dígitos pela primeira vez, com 10%. Com o ex-presidente tendo registrado a candidatura, hipótese mais distante, o tucano paulista cai para 9%, variação dentro da margem de erro. Percentuais que o deixam bem abaixo de Bolsonaro, seu principal rival na tentativa de chegar ao segundo turno, e muito próximo ao 'pelotão do meio':Marina Silva(Rede), com 8%,Ciro Gomes (PDT), com 6% e Álvaro Dias (Podemos), com 5%. O bloco dos 'não-votantes' (brancos, nulos, não sabem) somou 17%, o menor desde o início da sondagem.
Só aval de Lula faz Haddad decolar para segundo lugarSem Lula, com o coordenador de Programa de Governo e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad na cabeça de chapa, a intenção de voto cai para 3%. Curiosamente, o mesmo percentual da candidata a vice, Manuela D'Avila, do PC do B. Quando os pesquisados eram informados do apoio de Lula a Haddad, porém, a preferência pelo ex-prefeito subia dez pontos, para 13%. Seria o suficiente para assumindo o segundo lugar, oito pontos abaixo de Bolsonaro, mas acima de Marina (10%), Alckmin (9%) e Ciro (7%), com quem estaria tecnicamente empatado no limite da margem de erro.
A pesquisa ilustra a enorme importância para a estratégia petista de poder contar com Lula, mesmo preso, participando da campanha: a transferência de votos do ex-presidente para Haddad sobe de 10% para 36% do total quando o apoio é explicitado.