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Obesidade infantil causa preocupação mundial

A prevenção é o melhor remédio

Por Cristina Ramos em 11/08/2018 às 11:14:38

Crianças devem ser estimuladas desde cedo a ter atividade física e alimentação saudável (foto Pixabay)

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 41 milhões de crianças menores de 5 anos sejam obesas ou estejam acima do peso no mundo. Má alimentação e sedentarismo são as principais causas da obesidade infantil. A prevenção desde a infância é a maneira mais segura de controlar essa doença crônica.

A obesidade mais que duplicou desde 1980. Eraconsiderada um problema apenas de países de alta renda. Contudo, sua ocorrência vem aumentando em países de média e baixa renda, particularmente, em áreas urbanas. Mundialmente, existem mais pessoas obesas do que desnutridas.

Comportamento da doença

Segundo a médica pediatra Andrea Colpas, do Hospital Hélio Pellegrino, "hoje, a obesidade infanto juvenil é muito mais preocupante do que a desnutrição. Tem um impacto na saúde muito grande. Nos ambulatórios, a gente está vendo precocemente criança obesa, hipertensa, fazendo diabetes, apresentando um quadro de síndrome metabólica. Criança de cinco anos com aumento de colesterol, de glicose, de circunferência abdominal. É um conjunto de ações que levam ao erro alimentar. E isso não está associado diretamente com as guloseimas como bala, doce, chocolate. Não se está dando refrigerante, mas se está dando suco que tem açúcar, comidas congeladas que têm quantidades grandes de condimentos, sal e açúcar. É preciso dar alimentos frescos, como o legume e a fruta".

Drª Andrea reforça que, além do erro alimentar, existe também o sedentarismo - cada vez as crianças brincam menos no recreio da escola. "O que está ocorrendo é uma mudança de perfil na sociedade. Isso é fato. Você não vê as crianças brincarem no pátio da escola de pique-bandeira, de queimado. O adolescente está no celular, nas redes sociais, nos jogos virtuais. O que dificulta com que gaste energia, tornando-o sedentário", considera. Ocorre, então, o embotamento social, que é a vergonha de se expor, de ir à praia ou à piscina, não quer mostrar o corpo, porque está acima do peso. A obesidade, afirma a médica, não é só uma questão de controle de alimentação, ela é uma doença crônica multifatorial. Tem fatores genéticos, com mais de 400 genes associados à obesidade, culturais, endócrinos, econômicos. A obesidade faz parte do grupo das doenças não transmissíveis.

Amamentação diminui o risco

O risco de obesidade é 20 a 30% menor em pacientes que fazem aleitamento materno até os dois anos de idade, constituindo fator protetor.

O tratamento da obesidade é feito através de parcerias, reeducação alimentar e atividade física aeróbica, relata a doutora. As parcerias são: médico/paciente; médico/pais e avós; médico/adolescente. A família precisa trabalhar de forma colaborativa e com uma equipe multidisciplinar (por exemplo médico/ nutricionista/ dentista). Quanto à reeducação alimentar, o apoio e a colaboração da família serão importantes, como também o incentivo à atividade física aeróbica (correr, nadar, pular, pedalar, dançar, fazer esteira).

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