A pandemia deixou todo mundo sem saber como reagir ao coronavírus. Foi necessário se adaptar rapidamente para conseguir encarar essa realidade da melhor maneira possível. O home office passou a ser rotina, visita de parentes e amigos foram proibidas, mas como fazer para dar continuidade na produtividade e amenizar a saudade dos entes queridos? A videoconferência passou a predominar. Nas aulas, reuniões de trabalho, comemorações e até na hora de se exercitar, elas tornaram-se necessárias.
Porém, depois de tantas vídeoconferências e diversos aplicativos para facilitar a nossa vida, chegamos em um momento de exaustão. Algumas pessoas têm se recusado a usar a ferramenta se não for extremamente necessário. Este esgotamento recebeu o nome de Zoom Fatigue ou Zoomdemia. O excesso de uso das plataformas como Whatsapp Vídeo, Zoom e Skype tornaram a grande exposição à frente dos meios digitais em algo extremamente cansativo, gerando dores de cabeça, excesso de esforço do cérebro para interpretações e dores musculares.
É o que acontece com Erica Carvalho, proprietária do salão Studio Nanno, localizado no Barra World, e diretora financeira de uma imobiliaria. A falta de rotina e as constantes reuniões estão deixando a empresária exausta:
"Não existe mais a rotina. Você não tem hora para acordar, você não tem intervalo entre uma reunião e outra, você não consegue ter um minuto de paz. Eu não aguento mais a internet! Já olho para o meu computador e tenho vontade de sair correndo", conta.
Erica Carvalho
Segundo Ester Gomes, especialista em desenvolvimento humano e pós graduada em neurociência, o correto é impor limites de horário.
"Outra dica que eu dou para os gestores é avaliar se as reuniões são mesmo necessárias. Se não podem ser resumidas em um e-mail, por exemplo. Se desligar por alguns minutos pode ajudar, inclusive, na produtividade. O funcionário deve sair da frente do computador e dar uma volta, mesmo em casa", orienta a especialista.
Ester Gomes
A atriz e professora de yoga Vivi Cataldi avalia que, no começo da pandemia, era divertido realizar as chamadas de vídeos, mas depois de algum tempo, foi ficando mais cansada e se sentindo muito desconfortável. Agora, ela só faz uso dos aplicativos se for em caso de trabalho. Com família e amigos se comunica por telefone e evita as videoconferências.
"O pacote de internet que eu achava que era interminável simplesmente parou no meio de uma aula. E ainda faltavam outras duas. Nesse momento, eu pensei: ou eu posso ficar muito chateada, ou eu posso entender que isso é uma forma do universo dizer para eu parar e respirar", analisou Vivi.
Vivi Cataldi
O home office permanecerá mesmo após a pandemia em muitas empresas e, para que o cansaço não seja um problema, a especialista Ana Chauvet orienta que o funcionário tenha um planejamento do seu dia.
"Faça uma planejamento das reuniões e estabeleça distâncias entre uma e outra. Informe a verdade, caso esteja com exaustão mental e remarque o bate papo", aconselha.
O estresse também pode estar relacionado ao medo das câmeras. A coach e apresentadora Jana Moraes enfrenta uma rotina de gravações intensas desde 2017. Especialista em Lives, ela dá dicas valiosas para enfrentar esse medo das câmeras e fazer com que as suas reuniões não sejam exaustivas.
"Feito é melhor que perfeito. Não se cobre tanto. Estude o que você vai falar, faça um roteiro com os tópicos mais importante, beba água e respire fundo. A internet é bem mais flexível. Mas quer uma dica simples e imbatível? Sorria! O sorriso abre portas", recomenda.
Jana Moraes
A fonoaudióloga Laila Wajntraub, CEO do Clube da Fala, também recomenda cuidados específicos com a voz para não ocasionar problemas de saúde:
"Estabeleça um intervalo de trinta minutos entre uma reunião e outra. Escolha um ambiente silencioso. Tenha uma postura ereta e adequada. Se alimente de três em três horas. Use o microfone para preservar a voz. Se alongue com frequência e se movimente entre uma reunião e outra. Não consuma bebidas muito quentes ou geladas. Evite as bebidas alcoólicas e ambientes com ar condicionado", orienta.
Laila Wajntraub