O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 30ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos denunciou a auxiliar de enfermagem Rosimeri Cristina dos Santos Marcos Trin por tentativa de homicídio e estelionato. Na denúncia, a promotoria sustenta que, com base nos conhecimentos acumulados como profissional da área da Saúde, a cuidadora de idosos dopava as pacientes dela para, na sequência, furtar e utilizar seus cartões bancários para fins pessoais. O MPRJ, diante do constatado nas investigações, requer que a denunciada responda aos termos da ação penal, sendo submetida a julgamento e, conseqüentemente, condenada. O MPRJ divulgou nesta quarta, 22/7, a denúncia encaminhada na segunda-feira, 20/7.
Após observar os procedimentos das idosas, e anotar as respectivas senhas, Rosimeri as medicava para, já de posse dos cartões, sair às ruas para fazer compras particulares. Num dos casos, a denunciada chegou a injetar duas seringas de insulina no braço de uma de suas assistidas, a quem ministrou também o remédio Glifage de 850 mg. Não diabética, a senhora, de 79 anos e moradora de Bonsucesso, teve uma crise de hipoglicemia que resultou em estado de coma, revertido após internação, providenciada por uma sobrinha. De posse do cartão da vítima, Rosimeri fez diversas compras em Duque de Caxias, incluindo material de construção, armário e máquina de lavar.
O documento divulgado pelo Ministério Público ressalta que o crime contra a vida resta qualificado por motivo torpe e para assegurar a impunidade e vantagem dos crimes patrimoniais descritos. Isso porque a cuidadora de idosos denunciada ministrou os medicamentos na vítima com o intuito de matá-la, para alegar que o uso do cartão bancário teria ocorrido com o consentimento da idosa.
Após ter sido presa em flagrante, quando recebia em casa os produtos ilegalmente adquiridos, Rosimeri admitiu, em Delegacia Policial, ter ministrado o medicamento Glifage e as seringas de insulina na idosa de Bonsucesso. Posteriormente, foi verificado que a denunciada adotou o mesmo procedimento medicamentoso em relação a outra assistida - fato que também culminou em internação.
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro