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PSOL pede a CPI das Fake News que investigue Carlos Jordy e Bia Kicis por ataques a Biar

Professor morto pela pandemia e Instituto que presidia tiveram redes sociais atacadas por apoiadores de Bolsonaro, sob acusação de estar 'torcendo para o vírus'

Por Portal Eu, Rio! em 30/07/2020 às 18:10:09

Marcelo Biar. Foto: Divulgação

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) informou em sua página oficial na internet ter solicitado ontem (29) que a CPMI das Fake News investigue os ataques aos perfis do professor de história Marcelo Biar, dirigente do partido no Rio de Janeiro, morto pela Covid-19 no último sábado (25/7). O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou a iniciativa durante a discussão em plenário na Câmara dos Deputado da ajuda aos portos durante a pandemia. Em um aparte, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) lembrou a passagem de Biar por seu partido e destacou que pelo trato pessoal afável, reconhecido por quem o conhecia, o professor morto no sábado jamais teria sido agressivo, mesmo contra um adversário político. Ouça o aparte do deputado Molon no podcast da Rádio Eu, Rio!, no eurio.com.br

"A partir de uma publicação mentirosa em um site reconhecidamente integrante da estrutura investigada pela Polícia Federal, conhecida como "gabinete do ódio", bolsonaristas começaram a espalhar que Biar teria desejado "Força Covid" quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou que havia contraído a Covid-19. O que é MENTIRA," de acordo com a nota do partido. Para enfatizar, o documento repete: "Não há e nunca houve nenhuma postagem em qualquer rede social de Marcelo Biar desejando a morte de Jair Bolsonaro, minimizando a pandemia ou até mesmo 'torcendo para o vírus'."

A nota do PSOL sustenta que 'O site que divulgou inicialmente a fake news (Jornal da Cidade On Line, uma das publicações investigadas no inquérito no STF presidido por Alexandre de Moraes, como o PSOL prefere não identificar) não se deu ao trabalho nem de conferir o currículo de Marcelo Biar. Ele nunca foi deputado pelo PSOL ou teve qualquer cargo eletivo. Candidatou-se nas eleições de 2016 e 2018, mas não se elegeu'.

Ainda de acordo com o site da legenda de oposição a Bolsonaro, "Não demorou para até deputados bolsonaristas, como Carlos Jordy e Bia Kicis, começaram e replicar a notícia falsa e os boatos infundados sobre o dirigente psolista falecido recentemente. Na foto compartilhada por Bia Kicis em seu Instagram a deputada diz que "mais um que desejou a morte do presidente acabou de bater as botas".

Carlos Jordy, segundo o PSOL pretende também seja investigado na CPMI das Fake News, também teria compartilhado publicação similar e na legenda da foto escreveu que "a lei do retorno é implacável!". Nesta quarta-feira (29/7), o deputado apagou o post, mas no print é possível ver sua publicação, sempre de acordo com a página oficial do PSOL.

"Marcelo Biar foi mais uma vítima de ataques e fake news de bolsonaristas e deputados do PSL. Trata-se de um modus operandi articulado pela extrema-direita no Brasil: destruir reputações a partir de falsas notícias, tal como foi feito com todos aqueles que foram considerados inimigos do governo Bolsonaro", diz o pedido do PSOL.

No documento, o PSOL solicita que o episódio e todos os envolvidos sejam investigados pela CPMI, "a fim não só de esclarecer a dinâmica criminosa articulada contra Marcelo Biar, mas também para ajudar a elucidar todo o objeto da Comissão".


Reprodução YouTube

O Instituto por Direitos e Igualdade, presidido até a morte dele por Marcelo Biar, anunciou por sua vez providências judiciais contra agressões verbais sofridas nas redes sociais. A nota do IDI relata que no domingo (26/7), após uma deputada (Bia Kicis, do PSL de São Paulo, de acordo com a nota do PSOL, mas que o IDI preferiu não nominar) disseminar informações falsas sobre Biar, presidente do Instituto, as redes sociais do IDI foram alvo de agressões verbais por apoiadores da parlamentar. Irresponsavelmente, ela relacionou Biar a uma torcida pela morte do presidente da República. Biar jamais tomou parte com isso, seja com hashtag ou em manifestações pessoais. Sua torcida sempre foi pela vida. Ele morreu no sábado (25), após não resistir ao tratamento contra o novo coronavírus, o covid-19.



O IDI afirma em nota que diversos ataques de natureza difamatória, caluniosa e de forte conteúdo de ódio tem sido publicado em seus canais, tornando o luto de familiares e entes queridos ainda mais difícil. Os gestos de odio são diversos desde emojis de risadas ate comentários que atribuem a a fake news a Biar usando exatamente a mesma arte que a deputada publicou. Há também os que afirmam que ele e culpado por sua própria morte por nao ter aceitado tomar hidroxicloroquina, como se essa fosse cientificamente aprovada para tratamento da COVID. Ele se submeteu e confiou nos tratamentos e cuidados médicos do Hospital de Campanha do Leblon e, infelizmente, não conseguiu se curar dessa doença assim como oitenta mil brasileiros.

Além de atentar contra a memória de um professor, amigo , pai e valoroso ativista de direitos humanos e propagar mensagens de ódio, esses posts prestam um deservico no combate a pandemia e um perigo a saúde publica, ajudando a propagar falsas informações para o tratamento da COVID. São também um desrespeito ao trabalho de milhares de profissionais de saúde na linha de frente do combate ao covid-19.

Todas estas publicações já estão sendo mapeadas e receberão a resposta judicial adequada, encerra a nota do IDI.


Por Portal Eu, Rio!
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