O humorista Matheus Ceará, do SBT, participou da entrega de uma moto ao entregador Matheus Pires, que sofreu ofensas racistas em Valinhos - a 85 km de São Paulo. "Aí, galera! Achamos o Matheus e já entregamos a moto para ele. A história está nos Stories. Só seguir lá e ver. Como disse anteriormente, não quero saber o que houve, mas o vídeo me sensibilizou e me identifiquei. E aí o Douglas Nascimentto fez o corre. Bora pra próxima", escreveu Matheus Ceará no Instagram.
Hoje mais cedo, Matheus Pires conversou com o apresentador Luciano Huck, que afirmou que falaria com parceiros comerciais para entregar uma moto nova ao entregador.
Entenda o caso
Numa discussão, um homem branco menospreza o fato de o entregador ser motoboy. "Quanto que você tira por mês?", questiona. O entregador responde que não importa, e o homem branco rebate: "você não tem nem onde morar, moleque". E o entregador rebate: "claro que tenho".
"Você tem inveja disso aqui, fio. Você tem inveja", diz o homem branco, apontando para as casas de alto padrão. O entregador tenta conversar com um terceiro homem, mas o homem branco o interrompe. "Moleque, moleque, escuta aqui, ó. Você tem inveja disso aqui, rapaz. Você tem inveja dessas famílias. Você tem inveja disso aqui [o homem branco aponta para o seu próprio braço, querendo dizer que o entregador tem inveja da cor de sua pele]".
Nas imagens, o morador de um bairro de classe alta humilha e dispara ofensas racistas a um homem negro, entregador de aplicativo.
Reprodução YouTube
Cliente foi banido do iFood
O aplicativo iFood, em publicação no Twitter, informou hoje que Mateus Abreu Almeida Prado Couto foi descadastrado, e a empresa vai oferecer apoio jurídico e psicológico a Matheus Pires. "Racismo é crime. Nós condenamos qualquer forma de preconceito e discriminação, por isso nos solidarizamos com entregador Matheus", informou a publicação.
Racismo é crime. Denuncie!
Cenas como essa que acabamos de ver ainda é muito comum no Brasil, infelizmente. Uma forma de conter o avanço do racismo no Brasil é sempre denunciar o agressor. Afinal, racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.