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Debate: seis meses de Intervenção Militar na Segurança Pública do Rio

"O Direito à Cidade em Tempos de Intervenção" é tema de discussão no BRICS Police Center

Por Leonardo Pimenta em 16/08/2018 às 19:31:16

Brics realizou encontro de discussão sobre os seis meses de intervenção federal no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

O BRICS Police Center e o Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio realizaram na última quarta-feira (15), em Botafogo, um encontro de discussão sobre os seis meses de intervenção federal no Rio de Janeiro. O encontro teve como tema: "O Direito à Cidade em Tempos de Intervenção" onde os convidados abordaram o aumento da violência nas regiões de favelas, as operações policiais com pouca eficiência e os primeiros investimentos em segurança pública.

Silvia Ramos, Coordenadora do Observatório da Intervenção (CESeC), relatou que é a primeira vez que se faz a intervenção no Rio de Janeiro, e o Observatório foi criado para analisar, através de fatos e números, essa experiência da segurança feita pelas Forças Armadas. Segundo Silvia, os dados divulgados pelo ISP e o quantitativo de tiroteios que é fornecido pelos aplicativos OTT e Fogo Cruzado são fundamentais para se avaliar a violência no Rio de Janeiro. Outro indicativo muito importante é o de chacinas nas comunidades, onde é observado os conflitos entre facções, milicianos e a polícia. Silvia afirmou que os dados do ISP do mês de julho revelam um aumento de aproximadamente 800 mortes, sendo 104,7% maior que o mesmo período do ano passado.

Thainã de Medeiros, do Coletivo Papo Reto, do Complexo do Alemão, abordou as dificuldades que os moradores têm com a polícia dentro das comunidades, os investimentos realizados e as mortes advindas das operações. Com a criação da Unidade de Polícia Pacificadora, foi construído o Teleférico que tinha como objetivo interligar o morador ao asfalto, à Clínica da Família e à Nave do Conhecimento. Hoje o Teleférico se encontra fechado e os poucos projetos sociais existentes, como a Nave do Conhecimento, estão se acabando, devido à falta de investimento. O Coletivo Papo Reto monitora os disparos dentro da comunidade. Para Thainã, foram 72% de dias com tiroteios contabilizados no Complexo, através de relatos em chats de aplicativos.

Observatório apresenta dados sobre a violência

O Observatório apresentou, na manhã desta quinta-feira (16), o relatório com os últimos dados, que revela um aumento alarmante da violência mesmo com a intervenção. O documento registra que foram realizadas 372 operações, com 373 armas apreendidas e 172 mil agentes envolvidos. Entre fevereiro e julho, houve 2617 homicídios dolosos, 736 pessoas mortas pela polícia e 99.571 roubos, sendo o maior número de ocorrências nos municípios da Baixada Fluminense.

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