A Prefeitura do Rio, por meio da Coordenadoria de Fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio, derrubou, na manhã de hoje, quarta-feira (06), nove estruturas que seriam novas casas e pequenos prédios na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Capoeira Grande, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio. Há forte tentativa de expansão urbana na região para áreas de mangues, o que configura crime ambiental.
A operação contou com apoio da Subprefeitura da Zona Oeste, da Secretaria de Conservação da Prefeitura, da Guarda Municipal, da Comlurb, e da Polícia Militar Ambiental. Foram mobilizados 40 agentes, em dez viaturas. Os responsáveis haviam sido notificados em outubro passado, e devem apresentar plano de recuperação ambiental para mitigar o dano. Luís Henrique Soares de Paiva, que se identificou como vigilante e dono de um dos terrenos, foi conduzido à 43ª DP (Guaratiba), para prestar esclarecimentos. Será investigado por parcelamento ilegal do solo, cuja condenação prevê detenção de 1 a 2 anos, com multa de 5 a 50 vezes o salário-mínimo vigente.
O coronel José Maurício Padrone, novo coordenador de Fiscalização Ambiental do Meio Ambiente da Cidade, vai intensificar as ações de combate às infrações ambientais que surgem com a expansão urbana a áreas de preservação permanente. Essa é uma das atividades mais lucrativas de grupos paramilitares.
Durante a ação, o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere, disse estar alarmado com os dados sobre a insustentável marcha para a Zona Oeste.
– Vamos atuar com rigor para combater as infrações ambientais, sempre com apoio de outros órgãos. Um recado importante que queremos dar é: não dá mais para aceitar o "liberou geral" em áreas extremamente frágeis do ponto de vista ambiental. A região de Guaratiba tem um importante manguezal, e a derrubada desse ecossistema configura grave crime ambiental – destacou.
A APA da Serra da Capoeira tem área total de 80 hectares e é um dos últimos remanescentes florestais com pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) no município do Rio de Janeiro. A região sofre enorme pressão de expansão imobiliária. A unidade de conservação, de gestão da Secretaria de Meio Ambiente, foi criada em abril de 2002. O local é procurado para a prática de atividades físicas, caminhadas e observação de aves. Trata-se de uma área de fragilidade ambiental, mas com acervo paisagístico relevante