O ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, do Republicanos, virou réu no processo que apura o chamado QG da propina, um grande esquema de pagamento de vantagens indevidas e liberação de contratos, beneficiamento de empresários e pagamento de propina que teria operado em órgãos municipais, ao longo de seu mandato.
A 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado, que se estende também a outros 25 acusados. Crivella chegou a ser preso em dezembro do ano passado, enquanto ainda estava no cargo, mas recebeu o benefício da prisão domiciliar e permanece detido em casa até hoje, com uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com a denúncia, o esquema foi planejado já durante a campanha de crivella à prefeitura, quando um empresário ligado ao então candidato começou a oferecer vantagens a outros empresários em troca de propina. Este operador teria livre acesso à Prefeitura e até mesmo uma sala na RioTur, empresa de turismo municipal, mesmo sem ocupar qualquer cargo público.
Além da coletar de propinas de empresas interessadas em firmar contratos com a Prefeitura, ele também arregimentava empresários que tinham dívidas a negociar. O esquema, que teria começado pela RioTur, então se espalhou por outros órgãos. O Mp afirma que o próprio prefeito recebeu parte das propinas pagas.
A defesa do ex-prefeito que não se pronunciou até o fechamento desta reportagem. À época de sua prisão, Crivella declarou que estava sendo vítima de perseguição política.