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Charme do animal 'gordinho' pode esconder problemas sérios de saúde

Acúmulo de gordura pode agravar problemas ortopédicos, respiratórios e cardíacos nos pets

Por Portal Eu, Rio! em 08/03/2021 às 06:00:00

Foto: Divulgação

Quilos em excesso não contribuem somente para aquela aparência “fofa” que todos adoram e nem para as, aparentemente inofensivas, preguiça e sonolência. A vida moderna, com alimentação inadequada e sedentarismo, atinge diretamente o metabolismo de cães e gatos tornando-os, muitas vezes, obesos e sujeitos a diversas outras doenças.

Mas, além da oferta excessiva de comida, incluindo petiscos, e a falta de exercício, a obesidade pode ser provocada por doenças advindas de alterações hormonais, problemas comportamentais, como solidão e ansiedade e, claro, predisposição genética, como acontece com labradores e buldogues.

A castração pode também levar a um problema de obesidade porque, com a ausência de certos hormônios, ocorrem alterações no metabolismo: mais apetite com menos movimento é a combinação perfeita para os animais engordarem.

O acúmulo de gordura pode agravar problemas ortopédicos, respiratórios e cardíacos, e também estimular o surgimento da diabetes. Então vale alertar que, enquanto o tipo 1 da diabetes está mais ligado à genética do animal, o tipo 2 é quase sempre desencadeado pela obesidade.

Essa doença pode ainda ser perigosa para pets braquicefálicos (que tem focinho achatado como os pugs e buldogues) porque a gordura pode se instalar em regiões que dificultam a respiração.

Outro problema que os animais obesos enfrentam é no campo ortopédico. Aliás, de forma muito parecida com a obesidade em humanos. A sobrecarga nas articulações pode provocar deformidades em patas traseiras e dianteiras, causar hérnia de disco ou agravar problemas ortopédicos já presentes. Até o fígado e o pâncreas podem ficar comprometidos com o excesso de gordura no corpo.

O que fazer?

O veterinário endocrinologista é o mais indicado para esse tipo de problema. Antes de prescrever qualquer dieta, ração medicamentosa ou tratamento, ele irá solicitar uma série de exames para avaliar o animal além da obesidade.

Na Clínica Integrativa Pet, de SP, além de especialistas na área endócrina, os pets contam com a medicina veterinária integrativa, isto é, que combina tratamento alopático (avaliação do estado geral do pet e se existem complicações ou outras doenças instaladas) com terapias complementares, prescritas a partir da análise minuciosa dos sinais físicos e emocionais dos animais, levando também em consideração o ambiente em que vivem e com quem vivem.

“Nenhuma dieta deve ser instituída sem avaliação profissional e muito menos deve-se privar o animal de comida ou mudar bruscamente sua alimentação. Os gatos, inclusive, são particularmente sensíveis a mudanças repentinas na nutrição e não podem ficar muitas horas sem se alimentar com risco de desenvolverem severas doenças hepáticas”, afirma a Médica Veterinária Viviane Reis.

A Alimentação Natural (AN) pode ser uma boa aliada no tratamento de obesidade primária. A Clínica Integrativa Pet oferece consultoria em AN combinando-a com alguns nutracêuticos que beneficiam o funcionamento metabólico. Não tem receita padrão. A prescrição é específica para a necessidade de cada paciente.

Em geral, o tratamento da obesidade inclui também caminhadas e exercícios. Cães devem passear ao menos 20 minutos por dia e esse tempo pode ir aumentando conforme o animal adquirir mais resistência e, obviamente, puder ser exposto a um maior esforço. A hidroesteira é outra opção para perder os quilinhos extras e muitos cães gostam dessa atividade. Aumentar as brincadeiras dentro de casa é outra ação aconselhável tanto para gatos quanto para cães.

Seguindo os péssimos hábitos do tutor

A Universidade de São Paulo (USP) estima que, até o ano 2000, o sobrepeso atingia 20% dos cães da capital paulista, mas essa porcentagem pode ter dobrado nos dias de hoje. Dos 286 cães avaliados pela USP, 40% mostraram excesso de peso. A pesquisa revelou ainda que mais de 75% dos bichos obesos viviam com pessoas que tinham hábitos alimentares inadequados, ingerindo muitas guloseimas durante o dia.

Nos Estados Unidos, um levantamento feito em 2014 pela Association for Pet Obesity Prevention, apontou que 63% dos cães e 67% dos gatos domésticos estavam acima do peso e, pelo menos metade de cada grupo, já desenvolvia problemas devido à obesidade.

A pesquisa mostrou que cães como basset hounds, beagles, cocker spaniels, dachshunds e labradores têm maior predisposição genética. No entanto, a exemplo dos resultados obtidos em SP, constatou-se também que a grande maioria dos animais obesos viviam com tutores de péssimos hábitos alimentares e que dividiam as guloseimas (humanas) com seus pets.


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