A notícia da tentativa de estupro de uma estudante residente do Alojamento Feminino da Pós-graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) mobilizou a comunidade do bairro Ecologia, em Seropédica. Nesta quarta-feira (31), sem a ajuda de um órgão oficial ou mesmo da universidade, a Associação de Moradores do bairro atendeu ao pedido de ajuda das estudantes e começou a construção de uma cerca ao redor do alojamento.
No último domingo (28), ao chegar no alojamento, uma estudante precisou entrar em luta corporal para se livrar de um estuprador. O caso de violência sexual foi mais um dos muitos ataques sofridos por mulheres nas dependências da universidade.
Segundo relatos, a segurança do local é deficiente. Nos últimos anos, várias mulheres foram atacadas. Um caso recente ocorreu em outubro passado. Policiais da 48ª DP prenderam um homem que havia estuprado uma jovem dentro do Campus. Os agentes o identificaram como um funcionário de uma empresa terceirizada da Universidade.
Porém, nesta quinta-feira (1) houve um reforço no policiamento da UFRRJ. Guardas universitários federais passaram a atuar dentro da Universidade. Mas o medo continua.
Para as alunas do Campus da UFRRJ, a segurança será maior com a construção da cerca. Sem muros e com pouca iluminação, o alojamento feminino continua exposto. Para isso, as moradoras da residência estudantil promovem uma campanha através da plataforma Vakinha (http://vaka.me/1953171) para a construção da cerca no local. Cerca de 23 pessoas já apoiaram.
Já a UFRRJ divulgou nota informando que agendou a reunião entre representantes da instituição e estudantes. Segundo o texto, entre as providências tomadas, está a suspensão das atividades presenciais no campus que estejam impondo a permanência de alunas no alojamento. Além disso, foi oferecido apoio logístico, com a compra de passagens, para que as estudantes retornem aos estados de origem durante a pandemia e apoio psicológico à estudante vítima da violência do último final de semana.
A pró-reitoria se comprometeu a reiterar também à administração central o pedido de vigilância e verificar a possibilidade de instalação de câmeras externas no alojamento.