Políticos não escapam da malhação de Judas, tradicional manifestação do Sábado de Aleluia. No Largo do Curvello, em Santa Tereza, os postes ganharam bonecos com fotos de políticos por conta do projeto de privatização das linhas de bondes no bairro.
De acordo com Teresa Cruz, diretora da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (AMAST ), os moradores sugeriram que os bonecos representassem o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes, o governador afastado Wilson Witzel, o governador em exercício Cláudio Castro, o deputado federal e ex-secretário de Transportes Júlio Lopes e o atual secretário de Transportes, Delmo Pinho.
Ao lado dos bonecos, cartazes continham textos contrários à privatização do sistema de bondes do bairro. Um dos cartazes pedia 21 bondes circulando para todos, a cada 5 minutos, das 6 h às 23 horas. E acrescenta que a privatização significa “turistificação” e exclusão social.
“Os moradores abominam esta privatização. Querem o bonde como ele era, como foi feito para ser. Transporte público normal. Não um caça-níqueis dos turistas”, explicou Teresa Cruz.
Custo da passagem
Quem pretende subir até Santa Teresa de bonde tem que pagar R$ 20 pelo passeio, ida e volta. O embarque é gratuito para moradores cadastrados, estudantes da rede pública uniformizados e com vale estudante, pessoas acima de 65 anos portando CPF e portadores de vale social. Mas apenas de segunda a sexta, das 8 h às 17 h, e aos sábados, das 10 h às 17 h.
Em março, o governo estadual anunciou o início dos estudos para a privatização do bonde de Santa Tereza. A AMAST protestou contra a iniciativa. Porém, para os moradores, o bonde é o principal meio de transporte e não pode ser visto apenas como um veículo turístico.