Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira a Operação Dillinger-Fase Crepitus. Coordenada pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) com a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil em Paraty e Angra dos Reis, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, a Operação visa ao cumprimento de 10 mandados judiciais de prisão preventiva. As medidas cautelares foram decretadas em peça acusatória apresentada pelo MPF à 1ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. São sete mandados de prisão em Angra, dois no Rio de Janeiro e um na cidade paulista de Pardinho.
A investigação prévia revelou que a Organização criminosa possui duas células em atividades autônomas, de acordo com nota do Ministério Público Federal. A primeira se dedica à prática de roubos a caixas eletrônicos. A segunda opera sob a forma de associação ao tráfico de entorpecentes e delitos correlatos. É responsável, também, pela segurança, esconderijo e acobertamento da prática delitiva, com interseção com o “Comando Vermelho” e com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Operação Dillinger leva esse nome numa referência ao líder de uma quadrilha notabilizada pelos assaltos a bancos durante a Grande Depressão nos Estados Unidos, no início dos anos 30 do século passado. John Herbert Dillinger foi idolatrado como um Robin Hood do século XX. Muitos americanos culpavam os bancos pela depressão dos anos 30 e Dillinger só roubava agências bancárias. Sua captura foi um ponto de honra para J. Edgar Hoover, mais longevo chefe do FBI. Dillinger foi morto por agentes federais ao tentar fugir, armado com um Colt.
A fase Crepitus, deflagrada nesta quinta-feira, é uma referência a um termo latino ligado ao fogo, menção às explosões de caixas promovidas pelo bando. A Operação Dillinger é um desdobramento das investigações sobre um assalto a uma agência do Banco do Brasil em Angra e um ataque frustrado a um posto da Caixa Econômica Federal em Paraty, na Costa Verde, no litoral Sul. Fluminense.